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BRASIL

Universitárias denunciam colegas que incitam estupro nas redes

Os acusados também seriam alunos da instituição. Cerca de 15 mulheres teriam sido expostas no grupo

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Redação iBahia

08/08/2018 às 10:30 • Atualizada em 30/08/2022 às 8:48 - há XX semanas
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Quatro estudantes da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), em Belém, registraram boletim de ocorrência na Divisão de Proteção e Repressão a Crimes Tecnológicos (DPRCT) nesta terça-feira (07) contra pelo menos dois integrantes de um grupo no WhatsApp que incitaram estupro e compartilharam imagens íntimas de colegas, além de terem enviado mensagens de cunho racista e homofóbico. Os acusados também seriam alunos da instituição. Cerca de 15 mulheres teriam sido expostas no grupo.

Foto: Reprodução

Protestos foram realizados no campus nos últimos dias, pedindo que eles sejam expulsos. Nos prints compartilhados nas redes sociais, é possível ler frases como "Bora logo meter o estupro", seguido por risadas e uma resposta: "Estupro não. Sexo surpresa". Mas as acusações não param por aí. Comentários racistas também apareceram em meio às conversas: "Tô querendo comprar um anão, acho que branco deve tá caro. Um negro deve ser mais barato".

Os estudantes da Ufra ficaram indignados após vir à tona o que era dito nesse grupo de WhatsApp. Cartazes com as frases mais marcantes foram espalhados nas paredes da universidade, expondo seus autores. O caso gerou repercussão nas redes sociais.

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Foto: Reprodução

"Hoje (terça-feira), nós alunas da Ufra, fechamos a pista da universidade cobrando respostas e justiça em relação ao grupo machista, racista e homofóbico, mas muitos viram como bagunça e mimimi. Até quando meu Deus? Lutar hoje não tá fácil, mas continuo. LUTE COMO UMA MULHER!", escreveu uma usuária do Twitter.

"Criaram um grupo de machos na Ufra onde a grande maioria ali faz apologia ao estupro, racismo e machismo e compartilhamento de nudes onde eles classificam as moças de melhor a pior. Estão expondo todos. Acho pouco", disse outro internauta.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Pará, quatro estudantes citadas no grupo estiveram com o delegado Carlos Silveira da DPRCT e lhe mostraram os prints das conversas do grupo, relatando que os autores eram estudantes da universidade. As vítimas devem ser ouvidas pela polícia às 15h desta quarta-feira (08). Elas também levarão seus celulares, onde estão as conversas.

Em nota, a Ufra disse repudiar "veementemente as ações de apologia a crimes previstos na legislação brasileira", mas que "não cabe a esta Universidade controlar os conteúdos exauridos por alunos em seus aparelhos telefônicos pessoais, mesmo não compactuando com tais conteúdos".

Leia abaixo, na íntegra, a nota da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA):
"A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), por meio desta nota, repudia veementemente as ações de apologia a crimes previstos na legislação brasileira, feitas por meio de aplicativos de celular, pelos quais incorrem em comentários de cunho capcioso, ilegal e indignos à pessoa humana, além de apresentarem-se inadequados ao ambiente acadêmico. No entanto, não cabe a esta Universidade controlar os conteúdos exauridos por alunos em seus aparelhos telefônicos pessoais, mesmo não compactuando com tais conteúdos.

Adicionalmente, temos a informar que esta gestão da UFRA tem agido para prevenir e apurar infrações dessa natureza, prestando o devido apoio psicossocial aos alunos e realizando os encaminhamentos cabíveis".

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