Uma transexual foi espancada por quatro homens em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O caso ocorreu na manhã do último sábado e foi registrado na 53ª DP (Mesquita) como lesão corporal por homofobia. A técnica de enfermagem Julyanna Barbosa, de 41 anos, conta que voltava de uma boate na Rua da Lama, no bairro Califórnia, por volta das 8h, quando foi abordada por quatro homens.
— Estava subindo a passarela, quando eles começaram a me ofender: "Olha o tamanho do viado! Bolsonaro tem que ganhar para tirar esses lixos da rua. Deve estar com Aids". Eu perguntei quem tinha dito aquilo. Foi quando um deles pegou uma barra de ferro e acertou minha cabeça. Caí e os quatro vieram para cima — narra Julyanna, que está com hematomas por todo o corpo.
Ela disse que conseguiu se levantar e fugir do grupo. Quando chegou em casa, seus irmãos a socorreram para a UPA de Queimados. Julyanna levou dez pontos na cabeça.
No primeiro momento, a transexual não quis registrar ocorrência. Mas foi orientada pela coordenadora de Diversidade Sexual de Mesquita, Paulinha Única, e por Neno Ferreira, presidente da Associação de Gays e Amigos de Nova Iguaçu e Mesquita (Aganim).
— Além da vergonha e do medo, tem a sensação de não ser nada. Havia pessoas no ponto de ônibus e ninguém fez nada. Então, por que vou reclamar? Quem eu sou? As pessoas podiam impedir, mas deixaram eles me baterem — lamentou Julyanna, primeira transexual a cantar funk e conhecida no meio artístico como Garota X - Mulher Banana.
Apesar da agressão — é o terceiro ataque homofóbico que ela sofre em 15 anos — Julyanna garante que não vai se esconder:
— Vou levar minha vida normal. Ninguém pode tirar meu direito de ir e vir.
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Redação iBahia
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