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Sucessão de nove erros provocou a tragédia em boate no RS

A adoção de medidas simples teria evitado a morte dos jovens

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29/01/2013 às 10:25 • Atualizada em 02/09/2022 às 6:49 - há XX semanas
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Como em qualquer tragédia de grandes proporções, o incêndio na boate Kiss, que matou 231 pessoas em Santa Maria, Rio Grande do Sul, foi causado por erros sucessivos. Do instante em que o efeito pirotécnico utilizado pela banda Gurizada Fandangueira foi aceso, até o momento em que os seguranças impediram a saída dos jovens em fuga, uma série de detalhes contribuiu para que o número de vítimas fosse ainda maior. Os pontos que serão investigados pela Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros revelam os erros que causaram a tragédia. No caminho que levou tantos jovens à morte, não há dúvidas de que o primeiro erro ocorreu no palco. Os relatos apenas divergem se seriam provenientes de um sinalizador segurado por um integrante ou do lançador de faíscas a partir de plataformas fixadas no chão, conhecidas como Sputnik (aqui são os vulcões de São João). Em contato com a espuma que servia de revestimento acústico para o teto, as fagulhas se transformaram rapidamente em chamas e uma espessa fumaça escura. Professor do gerenciamento de risco da Coppe-UFRJ, Moacir Duarte disse que a espuma utilizada não era a mais adequada. “Existem revestimentos com proteção que impedem a propagação rápida das chamas”. O segundo erro. Com o fogo incontrolável, a única coisa a fazer era fugir. O problema é que, na Kiss, não havia saídas de emergência. O terceiro erro. Um coronel do Corpo de Bombeiros chegou a afirmar que as dimensões da porta principal eram suficientes. Mas a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) diz que locais de reunião de público como boates devem ter duas saídas. CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR
Banheiros Sem rotas de fugas, muitas vítimas tentaram sair pelas janelas dos banheiros, mas encontraram os basculantes bloqueados pela madeira da fachada do prédio. Uma das hipóteses é de que a falta de sinalização teria confundido as vítimas, fazendo-as acreditar que as portas dos banheiros seriam as portas de saída. O quarto erro. “Tirei mais de 180 pessoas dos banheiros. Elas estavam tentando fugir”, disse o capitão da Brigada Militar dos Bombeiros, Edi Paulo. A falta de saídas, aliás, teve um agravante. A superlotação. Há relatos que apontam a presença entre 1,5 mil e 2 mil pessoas na festa. Para obtenção do alvará dos bombeiros, a casa informou que a capacidade era de mil pessoas. O quinto erro. Testemunhas relatam que funcionários se desesperaram e não conseguiram auxiliar no combate ao fogo. Uma brigada de incêndio equipada poderia ajudar. Um estabelecimento como a Kiss deveria ter ao menos quatro pessoas treinadas. Não tinha - o sexto erro. PlanoA Kiss estava com o Plano de Prevenção e Controle de Incêndios vencido desde agosto de 2012. “É normal que se permita o funcionamento enquanto um novo plano é verificado, já que tinham um plano anterior aprovado”, explica o subcomandante-geral da Brigada Militar de Santa Maria, coronel Altair Cunha. O sétimo erro. Mas, com tantos problemas, por que o PPCI anterior foi aprovado? O local teria ficado às escuras logo que o fogo começou. O oitavo erro. É preciso verificar que tipo de iluminação de emergência havia na boate, a quantidade e se estava distribuída conforme manda a lei. Testemunhas disseram que os seguranças, num primeiro momento, impediram a saída de clientes, exigindo o pagamento das comandas. A polícia vai apurar se eles haviam recebido orientação da casa para barrar clientes em caso de tumultos. Foi o nono erro. Matéria original do CorreioSucessão de nove erros provocou a tragédia em boate no RS

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