O deputado federal pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol), Jean Wylly ira entregar o mandato e deixará o Brasil. Em uma entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo, o parlamentar contou que, desde de que sua companheira de partido Marille Franco foi assassinada, ele vive sob escolta policial diante das inúmeras ameaças de morte.
"O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: 'Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis'. E é isso: eu não quero me sacrificar", explicou Wyllys. Ele está de férias no exterior e revelou ao jornal que, após deixar a política, irá se dedicar à carreira acadêmica.
Ainda segundo o parlamentar, que foi eleito pela terceira vez consecutiva como deputado federal, o que também fortaleceu a ideia de deixar o país e o mandato foi a possível relação do senador eleito e filho de Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, com a milícia carioca.
"Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário. O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim", desabafou.
Durante a entrevista à Folha, Wyllys lamentou a falta de liberdade no Brasil e de como a sua decisão foi difícil.
"Como é que eu vou viver quatro anos da minha vida dentro de um carro blindado e sob escolta? Quatro anos da minha vida não podendo frequentar os lugares que eu frequento?", questionou.
Ele também afirmou que irá se afastar das redes sociais e irá procurar não acompanhar a repercussão da sua decisão.
"Essa não foi uma decisão fácil e implicou em muita dor, pois estou com isso também abrindo mão da proximidade da minha família, dos meus amigos queridos e das pessoas que gostam de mim e me queriam por perto", lamentou.
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Redação iBahia
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