A delegada Iane Cardoso, que estava responsável pela investigação do assassinato do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, no Paraná, foi retirada do comendo da apuração. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (11), pelo secretário de segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita.
A mudança aconteceu após publicações feitas pela delegada contra o partido político viralizarem nas redes sociais. No entanto, à jornalista Andréia Sadi, o secretário negou que a decisão tenha relação com as postagens.
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Segundo o secretário, agora, caso será assumido pela chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Camila Chies Cecconello.
"É bom deixar claro que a decisão de que a Dra. Camila assuma a condução do feito já havia sido tomada ontem a noite [domingo] em deliberação minha com o delegado-geral [do Paraná], com o objetivo de dar maior capacidade investigatória na tomada de decisões [e] visando a rapidez necessária para a apuração", disse Mesquita.
Em entrevista à Sadi, a delegada Iane Cardoso disse não ver prejuízo às investigações. “Não me defino como petista, nem como bolsonarista. Trato o presente caso como sempre tratei todas as investigações que presidi durante toda a minha carreira: com responsabilidade, honestidade, parcimônia e visando sempre aplicação da lei, em busca da justiça", afirmou.
Nesta segunda, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que pediria ao Tribunal Superior Eleitoral e à Polícia Federal que assumissem as investigações sobre o caso.
O crime aconteceu na noite do último sábado (9), enquanto a vítima comemorava o aniversário. Além de tesoureiro do PT, Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, era guarda civil. A festa tinha como tema o partido e o ex-presidente e atual candidato ao cargo Lula.
Os disparos foram feitos policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, que se define como "conservador e cristão" e é apoiador declarado de Bolsonaro. Ele invadiu o evento e trocou tiros com o guarda civil, que tentou se defender.
Uma câmera de segurança instalada no local do evento registrou a situação. Nas imagens, dá para ver o momento em que o guarda tenta se proteger do invasor, enquanto é baleado pelo menos duas vezes.
Vídeo mostra momento em que tesoureiro do PT é morto por apoiador de Bolsonaro em Foz do Iguaçu #iBahia pic.twitter.com/rI5sZvq97i
— iBahia (@iBahia) July 10, 2022
A mulher da vítima tenta intervir, mas acaba se afastando, por causa dos tiros. Em seguida, o guarda reage e acerta o policial penal, que também cai no chão.
O confronto durou segundos. No vídeo, dá para ver ainda as pessoas tentando socorrer os dois homens. Marcelo Aloizio morreu no local do crime.
Inicialmente, a polícia chegou a divulgar que o policial penal federal havia morrido após o confronto, mas voltou atrás durante a tarde do domingo (10). Não há detalhes sobre o estado de saúde dele. Nesta segunda, a Justiça decretou a prisão preventiva do policial penal.
'Aqui é Bolsonaro'
A comemoração era realizada na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, e tinha como tema o candidato a presidência Lula (PT).
Segundo o portal g1, o Boletim de Ocorrência do caso cita que o atirador chegou ao local gritando “aqui é Bolsonaro!”. Houve uma discussão e, em seguida, a troca de tiros.
Ainda de acordo com o boletim, o policial penal não era conhecido de ninguém na festa nem tinha sido convidado. Guaranho estava em um carro e no veículo havia também uma mulher e um bebê. Não se sabe a relação deles com o policial penal.
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Redação iBahia
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