Na segunda-feira (30), o "Roda Viva" recebeu o pré-candidato à Presidência pelo PSL, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e rendeu à TV Cultura 2,4 pontos de audiência em São Paulo, segundo dados prévios do Ibope. Com o índice, a emissora venceu a RedeTV! e a Band na faixa das 22h15 às 23h45. Essa é a segunda maior audiência do programa em 2018, perdendo apenas para a entrevista com o juiz Sergio Moro.
Durante a entrevista, ele afirmou que não tem um “plano B” caso haja uma impossibilidade do economista Paulo Guedes seguir em um eventual governo dele. Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite de segunda-feira, o político, que já admitiu não dominar o tema, também voltou a se referir ao seu consultor como o “Posto Ipiranga”, a quem tem delegado a função de responder questões sobre o mercado. O presidenciável descartou que possa haver um desentendimento entre os dois no futuro que ponha em risco a estabilidade do país.
— Eu duvido que possa ter uma briga entre mim e Paulo Guedes — respondeu o presidenciável, que garantiu ainda que os dois se manterão saudáveis durante os quatro anos de mandato — Para a tristeza da esquerda e dos estatizantes, nós não morreremos.
Durante a entrevista, Bolsonaro reafirmou ser contra a cota para negros, justificando que o Brasil não tem responsabilidade sobre os anos de escravidão.
— Eu nunca escravizei ninguém. Os próprios negros entregavam os negros. Que dívida é essa, meu Deus do céu? — questionou.
Bolsonaro afirmou que as eleições deste ano estão "sob suspeição de fraude" pela ausência do voto impresso. O pré-candidato à Presidência disse que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, prestou "um desserviço à democracia" ao propor uma ação contra a impressão do voto. No início de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF), por oito votos a dois, concordou que a medida para a conferência do resultado da disputa colocaria o sigilo do voto em risco.
— Vamos continuar sob suspeição da fraude. O voto é uma coisa sagrada para a democracia — disse o presidenciável, autor da proposta de emenda constitucional para a impressão do voto aprovada na Câmara. — Todos nós desconfiamos. Você não tem como comprovar que houve fraude, nem nós que não houve. Temos a dúvida. E nós sabemos que o poder joga pesado.
Questionado se vai respeitar o resultado das urnas, o presidenciável não respondeu, mas pontuou que, em suas viagens, tem sido recebido com mais apelo do que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em suas caravanas.
— O sentimento que eu tenho das ruas é que eu tenho muito mais voto que o Lula — disse.
Pressionado pela bancada de jornalistas sobre o regime militar, Bolsonaro afirmou que "em grande parte as torturas não aconteceram” e sugeriu que elas teriam sido inventadas para comover a população e buscar indenização do estado. O presidenciável afirmou ainda que só se conhece um lado da história, mas adiantou que não vai abrir os documentos para apurar a ação dos militares.
— São feridas que não devem ser mais lembradas — disse o político. — Isso é história. Vamos fazer de tudo para que ela não volte a se repetir — completou.
O pré-candidato falou ainda sobre o assalto que sofreu em 1995. Embora armado, dois bandidos levaram sua moto e arma. Os bens, segundo contou, foram recuperados dois dias depois.
— Um tempo depois o cara apareceu morto — disse o capitão da reserva do Exército, que afirmou não ter sido ele o responsável pela morte do assaltante.
A advogada Janaína Paschoal, cotada para ser vice de Bolsonaro, esteve entre o grupo que acompanhou o presidenciável na entrevista. No entanto,ainda não há uma confirmação de que ela será a parceira do deputado na disputa ao Planalto. A expectativa é que o anúncio seja feito no próximo domingo, 5, na convenção do PSL em São Paulo.
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Redação iBahia
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