O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), se entregou à Polícia Federal na noite deste domingo (23), após oito horas de negociação. Ele desrespeitou uma ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e atacou dois agentes da PF.
O ex-político se rendeu e deixou a sua residência por volta das 19h. Nesta manhã, Roberto Jefferson disparou dois tiros de fuzil e arremessou três granadas contra os agentes responsáveis pela ação. O caso aconteceu na cidade de Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro.
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Nas redes sociais, o ex-deputado, que é aliado e apoiador do candidato a reeleição presidencial, Jair Messias Bolsonaro (PL), chegou a dizer que os disparos não foram na direção dos policiais e sim do veículo em que eles estavam. Na mesma gravação ele deixou claro que dificultaria a sua prisão.
“Não atirei em ninguém para pegar. Atirei no carro e perto deles. Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los. Eles atiraram em mim, eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito. Mas eu não me entrego”, disse ele na gravação. Assista abaixo:
Irritado, Jefferson afirmava que não iria se entregar e decidiu abrir fogo contra a viatura. O parabrisas foi estilhaçado pelos disparos. pic.twitter.com/0sFNb2nxo7
— Metrópoles (@Metropoles) October 23, 2022
Roberto Jefferson já cumpria prisão domiciliar por ameaçar às instituições democráticas do Brasil. A decisão impedia que ele utilizasse as redes sociais.
O ex-deputado federal, porém, usou seu perfil na web, no último sábado (22), para atingir a ministra Cármem Lúcia com insultos sexistas. Ele a comparou com uma garota de programa.
O que dizem os presidenciáveis?
Também nas redes sociais, o atual presidente da república e que tenta a reeleição, Bolsonaro, comentou sobre o assunto e repudiou o "ataque armado" do aliado.
"Repudio as falas do Sr. Roberto Jefferson contra a Ministra Carmen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP. Determinei a ida do Ministro da Justiça ao Rio de Janeiro para acompanhar o andamento deste lamentável episódio", escreveu o presidente no Twitter.
Ele também se pronunciou após o desfecho do caso: "Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio".
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prestou solidariedade carinhosas para a ministra Cármen Lúcia e disse que Bolsonaro criou uma "parcela raivosa" que gera reações violentas como a do ex-deputado federal.
"Ele conseguiu criar neste país uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa, que espalha fake news o dia inteiro, sem se importar se o seu filho está vendo ou não. As ofensas que esse cidadão fez à ministra Cármen Lúcia, não é possível de ser aceito por quem ama a democracia, que gosta da verdade e que respeita os outros. (…) Ninguém tem o direito de utilizar os palavrões que ele utilizou contra uma pessoa comum, muito menos contra uma pessoa que exerce o cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal", disse o ex-presidente durante uma coletiva em São Paulo.
O que diz Alexandre de Moraes?
No Twitter, o ministro que autorizou o mandato de prisão do ex-deputado parabenizou a Polícia Federal pela execução bem sucedida do caso.
"Parabéns pelo competente e profissional trabalho da Polícia Federal, orgulho de todos nós brasileiros e brasileiras. Inadmissível qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos", escreveu ele.
Nota de repúdio da Polícia Federal
"A Polícia Federal informa que, na data de hoje (23/10), cumpre mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal, na cidade de Levy Gasparian, no estado do Rio de Janeiro.
Durante a diligência, o alvo do mandado reagiu à ordem de prisão anunciada pelos policiais federais. Na ação, dois policiais foram feridos por estilhaços de granada arremessada pelo alvo e levados imediatamente ao pronto socorro. Após o atendimento médico, ambos foram liberados e passam bem.
A equipe da PF foi reforçada e os policiais permanecem no local com o objetivo de cumprir a determinação judicial".
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Redação iBahia
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