Os restos mortais que podem ser do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira chegaram em Brasília (DF) no início da noite desta quinta-feira (16). O avião da Polícia Federal (PF) com o material posou no aeroporto da cidade às 18h34. Os corpos estavam em caixões que foram carregados por agentes da PF.
O material deve começar a ser analisado a partir de sexta (17), para confirmar a identidade dos corpos. O indigenista e o jornalista foram dados como desaparecidos desde o dia 5 de junho. Na quarta-feira (15), a Polícia Federal encontrou os restos mortais que podem ser deles, após indicação do suspeito que foi preso e confessou o crime.
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Como os corpos estão em estágio avançado de decomposição, os peritos farão exames de DNA para comparar os vestígios à genética de familiares de Bruno e de Dom. Também poderão ser feitos exames da arcada dentária. O levantamento será feito pelo Instituto Nacional de Criminalística, no Setor Policial Sul.
Os resultados das análises devem sair em até 10 dias, segundo informações da Polícia Federal. A perícia também deve apontar qual foi a causa da morte deles, e se confere com a versão contada pelo suspeito.
De acordo com a PF, Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como “Pelado”, de 41 anos, contou em depoimento que as vítimas teriam sido mortas a tiros e os corpos esquartejados e enterrados, na cidade de Atalaia do Norte, no interior do Amazonas, onde as vítimas tinham sido vistas pela última vez.
O irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, também segue preso suspeito de participação no caso. Outras três pessoas também são investigadas por envolvimento no crime.
Nesta quinta-feira, a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de um dos suspeitos de envolvimento no crime, em Atalaia do Norte.
A motivação do crime ainda não foi definida, mas a PF apura se há relação com a atividade de pesca ilegal e tráfico de drogas na região. Segunda maior terra indígena do país, o Vale do Javari é palco de desmatamento e avanço do garimpo.
Na quarta-feira, além de confessar participação nos crimes, a PF disse que Amarildo também indicou onde afundou a embarcação que era usada por Bruno e Dom.
O restos mortais que passarão por análise foram achados cerca de 3,1 km de distância de onde itens pessoais do indigenista e do jornalista, como cartão de saúde e notebook, tinham sido encontrados dias atrás.
No entanto, segundo a PF, a embarcação que estava sendo usada pelos dois no dia do desaparecimento ainda não foi localizada, mesmo após a indicação do suspeito.
Resultados
Em nota divulgada nesta quinta, a PF informou que das amostras de sangue coletadas no barco do suspeito foi obtido um perfil genético completo, de indivíduo do sexo masculino.
Esse material quando confrontando com os perfis genéticos de referência dos desaparecidos excluiu a possibilidade de ser proveniente de Dom Phillips.
Já a possibilidade de ser originada de Bruno ficou inconclusiva, sendo necessária a realização de exames complementares.
Em relação às vísceras encontradas no rio, apesar da compatibilidade com origem humana na análise macroscópica, não foi detectado DNA humano.
Conforme a PF, esse resultado pode ser devido à degradação do DNA ou à origem não humana da amostra, segundo os peritos.
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Redação iBahia
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