As comemorações do São João estão mais caras este ano, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV). “Na parte das festas juninas, a lista de itens é basicamente composta de alimentos e serviços, e os alimentos figuram como itens de maior pressão na inflação, em 2015”, advertiu o economista André Braz, em entrevista à Agência Brasil. Tarifa pública, como energia, subiu também no ano, “mas alimentação não está dando trégua”, reiterou.
Os ingredientes usados no preparo das iguarias juninas tiveram elevação média de 9,95% nos últimos 12 meses findos em maio, superando a inflação acumulada no período pelo Índice de Preços ao Consumidor da FGV (IPC), de 8,63%. A lista de pratos típicos de festas juninas é encabeçada por carnes, que mostraram aumento de 17,98%, seguidas de bebidas destiladas (15,11%) e couve (14,60%), além de derivados do leite, como queijo coalho, com alta de 7%, refrigerantes (11,26%) e cervejas (9,79%).
“Quando o folião for curtir as festas juninas vai se deparar com um preço bem acima do praticado no ano passado”, disse o economista do Ibre-FGV. Segundo ele, uma boa estratégia seria o consumidor ir comprando semanalmente os produtos usados nas festas, para aproveitar as promoções. Ressaltou, por sinal, que “é uma boa estratégia em qualquer época do ano”. Segundo Braz, o consumidor não deve abrir mão de fazer pesquisa de preços, pois boa parte dos alimentos está sofrendo majoração. “O que ele [consumidor] vai conseguir é amenizar um pouco o gasto. Mas, indiscutivelmente, ele vai gastar mais do que no ano passado”, sentenciou.
Em contrapartida, mostraram queda significativa farinha de mandioca (-26,16%), batata inglesa (-11,25%) e milho para pipoca (-6,15%). André Braz avaliou, entretanto, que a farinha de mandioca, embora seja um ingrediente que tem um papel na culinária da época junina, não tem o peso e a importância que a carne ou as bebidas têm. “Quando carne e bebida sobem de preço, não há muito o que fazer”, ressaltou.
Segundo o economista, o período seco, em que as pastagens ficam deterioradas, levando o pecuarista a entrar com rações e complementos para o gado, eleva o custo e se transforma em aumento de preço para a carne. Lembrou ainda que a possibilidade de o Brasil ampliar a exportação para a China contribui também para a aumento do preço. “A gente já percebe o encarecimento da carne bovina, sobretudo de segunda, que é a mais usada [nos churrascos], pelo alto teor de gordura”, comentou André Braz.
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