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Polícia Civil fará 26 perguntas a Marrone sobre queda de helicóptero

Ele chegou à delegacia na noite desta segunda-feira (20) Cantor é investigado por suspeita de pilotar aeronave sem habilitação

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20/06/2011 às 21:04 • Atualizada em 29/08/2022 às 12:51 - há XX semanas
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O cantor Marrone, da dupla sertaneja com Bruno, chegou por volta das 19h15 desta segunda-feira (20) ao Centro de Execução de Cartas Precatórias, que fica no 16º Distrito Policial, na Vila Clementino, na Zona Sul de São Paulo. Ele entrou pelos fundos, sem falar com os jornalistas. A Polícia Civil fará 26 perguntas para tentar saber se ele estava mesmo pilotando o helicóptero que caiu em São José do Rio Preto, no interior paulista, no dia 2 de maio. Das três pessoas que estavam na aeronave, somente Marrone e o piloto da aeronave, Almir Carlos Bezerra, são investigados pela polícia por suspeita de estarem envolvidos diretamente na queda do aparelho. O empresário Jardel Alves Borges, primo e secretário de Marrone, que também estava no helicóptero, teve traumatismo craniano. Ele já teve alta do hospital. O piloto ficou sem parte da perna esquerda, decepada. E o astro sertanejo teve ferimentos leves no acidente. A aeronave, de propriedade do cantor, custa cerca de R$ 8 milhões. Para a polícia, Marrone, que tem 46 anos, é suspeito de guiar o helicóptero sem autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Por esse motivo é investigado pelo artigo 33 da Lei de Contravenções Penais (LCP), que trata de pilotar aeronave sem habilitação. Em entrevista ao Fantástico, divulgada último dia 15, ele admitiu já ter segurado o manche da aeronave, mesmo sem ter licença, o ‘brevê’, para isso. E ainda assumiu que estava sentado do lado direito da aeronave, lugar destinado ao piloto. O cantor negou, no entanto, que estivesse no comando no momento do acidente. Bezerra, de 49 anos, é investigado como suspeito de ter cometido lesão corporal na direção de veículo automotor, segundo o artigo 303 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Em depoimento à polícia, em São José do Rio Preto, o piloto confirmou que Marrone estava guiando o helicóptero antes da queda. Mas negou que ele estivesse no comando durante a queda. Segundo Bezerra, era ele quem guiava. Agora é a vez de Marrone prestar esclarecimentos. Por conta da agenda de shows da dupla Bruno e Marrone, o cantor, está sendo ouvido na capital paulista. O depoimento ocorre por meio de carta precatória encaminhada ao delegado de polícia do Setor de Cartas Precatórias do Departamento de Polícia Judiciárias da Capital (Decap). As 26 perguntas foram elaboradas pelo delegado assistente José Luiz Chain, de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, no dia 6 de maio. Veja abaixo os questionamentos que serão feitos Marrone sobre o caso: 1) O piloto Almir Carlos Bezerra é seu funcionário? Desde quando? 2) Ele é registrado em carteira de trabalho ou apenas presta-lhe serviços como piloto? 3) O senhor é habilitado, com brevê, para conduzir helicóptero ou outro tipo e aeronave? 4) Pretende se habilitar para pilotar helicóptero ou outro tipo de aeronave? 5) Tem algum documento, atestado ou certificado exigido pela aviação civil para obtenção de habilitação para pilotar helicóptero? Pode fornecer cópia? 6) Além do piloto, quem ocupava o helicóptero no momento da queda? 7) Seria o ‘Jardel’? Qual o seu grau de parentesco com ele qual poltrona ele ocupava? 8) O senhor e o piloto usavam o cinto de segurança no momento da queda? 9) O ‘Jardel’ usava o cinto de segurança no mesmo momento? 10) O ‘Jardel’ tem costume de se deitar nas poltronas traseiras quando viaja de helicóptero com o senhor? 11) Neste caso ele estava deitado nas poltronas traseiras na ocasião da queda? 12) Do que o senhor se lembra no momento da queda? Chegou a ter dificuldades em destravar o seu cinto de segurança? Teve algumas ajuda para isso? Se teve, quem o auxiliou? Foi o piloto? 13) A decolagem foi do município de Curitiba com destino à Goiás? 14) A aterrissagem em São José do Rio Preto foi para abastecimento? Quantos litros foram colocados no tanque do helicóptero? 15) Que tipo de combustível foi colocado no tanque? 16) Durante o vôo de Curitiba para São José do Rio Preto, que poltrona o senhor ocupava, de que lado? 17) De que lado encontrava-se o piloto? 18) Em algum momento de Curitiba para São José do Rio Preto os comandos da aeronave ficaram sob o seu controle? Quantas vezes? 19) O piloto ‘Almir’ permitiu que o senhor pilotasse a aeronave em ocasiões anteriores? 20) Em que trajeto? 21) No momento da queda o senhor ou o piloto estava no comando da aeronave? 22) O senhor tentou auxiliá-lo a estabilizar a aeronave? 23) Sofreu lesões físicas em decorrência da queda? Quais e em que partes do corpo? 24) Ainda sente dores pelo corpo? Em que parte? 25) Pretende passar por exame de corpo de delito? 26) Deseja REPRESENTAR em desfavor do piloto Almir Carlos Bezerra? Após responder essas perguntas, o delegado deverá remeter as respostas para a delegacia de São José do Rio Preto, que investiga o caso. A Aeronáutica apura as causas do acidente. A Anac abriu processo administrativo para saber se ocorreu “alguma irregularidade pertinente aos ocupantes do helicóptero e seus responsáveis”. Posição do pilotoUma situação que terá de ser apurada é o fato de que, sentado à esquerda, o piloto tem menos acesso aos equipamentos do helicóptero. E só se pode pilotar nessa posição um piloto instrutor de voo, o que não é o caso de Bezerra. O cantor admitiu ao programa que era o seu piloto que pedia para ele sentar do lado direito para “ir aprendendo”. No dia do acidente, Bezerra falou que Marrone pilotou o helicóptero em trechos do trajeto entre Curitiba e São José do Rio Preto. Essa afirmação é contrária ao que a assessoria da dupla havia divulgado em seu site, a de que Marrone afirmara nunca ter assumido o comando do helicóptero antes da queda. Outro dado contraditório foi o de que o cantor afirmou não se lembrar de ter dito que já tinha mais de mil horas de aulas práticas de voo, como aparece falando numa gravação, feita há um mês, no Aeroclube de Umuarama, no Paraná. Ao Fantástico Marrone afirmou que segurava o manche da aeronave no alto, mesmo sem ter brevê, autorização para pilotar. “Isso é normal.” As informações são do G1.

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