O Banco Central apontou hoje (20), no Relatório de Estabilidade Financeira – publicação semestral elaborada pela autoridade monetária –, que a piora do cenário econômico-financeiro internacional pode provocar aumento do desemprego e redução da renda no Brasil. Com esse cenário de estresse, haveria aumento da inadimplência, provocado pelo “crescente endividamento das famílias nos últimos anos”. Segundo o documento, “os cenários de curto e médio prazo podem apresentar desafios às instituições do sistema bancário, dependendo principalmente da repercussão interna dos desdobramentos associados ao cenário financeiro internacional”. No entanto, o risco de liquidez é considerado baixo. “A rentabilidade do sistema bancário foi mais uma vez determinada pela dinâmica das variáveis relativas ao crédito. Se, por um lado, as despesas de provisão aumentaram, acompanhando a elevação da inadimplência, por outro, a ampliação da carteira (…) permitiu aos bancos aumentarem o resultado de intermediação financeira e, consequentemente, o lucro e a rentabilidade”. Em economia, a liquidez diz respeito a ativos que facilmente podem ser convertidos em dinheiro vivo, como bens, títulos e ações. Nesse caso, o risco de liquidez das instituições financeiras, avaliado pelo BC, diz respeito ao risco de colapso, de falência. Na avaliação do diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles, mesmo em cenários de bastante instabilidade, o Brasil está preparado para enfrentar o problema. “O sistema financeiro brasileiro resistiria muito bem a esses choques. Mesmo choques bastante rigorosos não representariam, por si só, ameaça à estabilidade do sistema financeiro brasileiro”, disse.
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