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Operação Lava Jato reflete na administração de novas arenas

Investigações da Polícia Federal e Ministério Público Federal influenciaram diretamente as construtoras e empresas que administram novos palcos do futebol

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17/03/2015 às 19:04 • Atualizada em 29/08/2022 às 12:38 - há XX semanas
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GOAL Redação GoalAs manifestações que levaram milhões de brasileiros às ruas no último final de semana tiveram como um dos motivadores os seguidos casos de corrupção envolvendo a Petrobras. E os desdobramentos da operação Lava Jato, que completou um ano nesta terça-feira, respingaram até mesmo no futebol, especificamente, nos estádios construídos ou reformados para a Copa de 2014.A Goal Brasil apurou que as investigações da Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) influenciaram diretamente as construtoras e empresas que administram esses novos palcos do futebol.Uma das companhias na mira da PF e do MPF é a OAS, que, por meio do braço OAS Arenas, administra dois estádios da Copa 2014 - Arena das Dunas e Fonte Nova - além da Arena do Grêmio, inaugurada em 2012. Por se ver envolvida no escândalo, a empresa encontra dificuldades para geri-las.Como verificou a Goal, em apuração com ex-funcionários da OAS, houve uma diminuição drástica, para cerca de um terço, de efetivo nos escritórios da OAS Arenas. Os reflexos imediatos seriam na perda de qualidade da prestação de serviço e até em contratempos para encontrar novos donos para as arenas.A falta credibilidade no mercado, a consequente diminuição de negócios e receitas da OAS afetam a gestão da Arena Dunas. Assim, são menos funcionários cuidando da promoção de eventos, da infraestrutura e da segurança dos jogos.O América-RN utilizou a Arena Dunas com frequência nesta temporada. Foram sete partidas até o momento, mas com um público total de menos de 25 mil presentes, ou seja, média de 3,5 mil pagantes por partida O clube acumulou prejuízos em cinco desses duelos. A alternativa de faturamento no estádio, então, está sendo um parque no estacionamento e até um irônico encontro privado da Petrobras.A situação da arena baiana é um pouco diferente. Com a diminuição de receitas e também de crédito na praça, a OAS encontra dificuldades para saldar suas dívidas. Há duas semanas, a Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de ações da OAS da Arena Fonte Nova Participações, por causa do não pagamento dos juros de um empréstimo de R$ 50 milhões ao Banco Caixa Geral - Brasil S.A. Isso permitiu ao banco requisitar a imediata quitação integral do débito.Com este problema relacionado a Fonte Nova, a opção pode ser se desfazer da gestão desse patrimônio, que recebe as partidas do Bahia.A situação mais complexa, no entanto, é a do novo estádio do clube gaúcho. Informações reveladas no mês passado pela 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná demonstram que salas da Arena do Grêmio foram utilizadas para pagamento de propina. Segundo o doleiro Alberto Yousseff, representantes da OAS receberam dinheiro de caixa dois no local.O estádio se encontra hoje em processo de venda para o Tricolor, mas muitos problemas atrapalham a negociação. Além de alguns responsáveis da OAS terem sido presos pela PF, o clube não tem a segurança de que vai receber o patrimônio, pois diversos ativos da empresa podem ser bloqueados na Justiça para pagamento de dívidas. Nem a redução do valor para quase metade dos cerca de R$ 360 milhões, inicialmente pedidos, concluíram o negócio.OAS e Lava JatoA operação da Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público Federal está investigando pagamento de propina e lavagem de dinheiro em diversas licitações da Petrobras. Entre as empresas denunciadas no esquema está a OAS, cujo o presidente, José Aldemário Pinheiro Filho, e outros funcionários já chegaram a ser presos de forma preventiva ou temporária durantes os trabalhos da Lava Jato.A OAS foi procurada pela reportagem para explicar os problemas apurados nas três arenas administradas pela empresa, mas, mesmo pedindo um prazo extra para responder nossos questionamentos, não retornou antes da publicação da matéria.

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