Nos últimos três dias, no Facebook, usuários promoveram uma campanha contra a violência sexual com o uso de um avatar (imagem principal do perfil) que diz “Eu luto pelo fim da cultura do estupro”. Páginas de políticos, como a da presidente afastada Dilma Rousseff, e de jornais como o CORREIO, também passaram a usar o avatar. No Twitter, a hashtag #EstuproNãoÉCulpadaVítima foi o segundo assunto mais comentado do Brasil, com 174 mil tweets publicados. Mas, afinal, o que significa “cultura do estupro”? Pois, o termo vem do inglês (‘rape culture’), surgiu na década de 1970 e foi cunhado pelas feministas dos Estados Unidos.
O objetivo era mostrar como a sociedade culpava as próprias vítimas da violência sexual por terem sofrido a agressão, tornando “normal” a violência contra a mulher. “À medida em que o corpo da mulher é objetificado, que você considera a mulher uma propriedade do homem, por omissão, você termina sendo conivente. Essa cultura do estupro é o que deixa essas coisas aconteceram, porque fecha os olhos. A impunidade em relação aos estupradores termina legitimando esse tipo de comportamento, já que não há nenhuma sanção em relação a isso”, explica a professora da Ufba Márcia Tavares, integrante do Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Mulher (Neim) e coordenadora do Observatório da Lei Maria da Penha.
Segundo a pesquisadora, a cultura do estupro faz parte da maneira como os homens são educados na sociedade. “É o que faz com que eles achem que, se está com decote, se está sozinha em um bar, é porque está pedindo. Então (as pessoas) não veem (o estupro) como errado, mas como uma punição merecida, acreditam que ela buscou isso”. Por isso, é preciso discutir igualdade de gênero desde as escolas. “A discussão não defende esse ou aquele comportamento sexual, ela defende o respeito”, concluiu.
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Redação iBahia
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