Nascidas em um família de 11 filhos, Danielle Estevão Fortes, de 26 anos, e Daniela Estevão Fortes, de 24, são semelhantes fisicamente. Ambas são morenas, bonitas, e usam cabelos pretos. As coincidências param por aí. A primeira trabalha de segunda à sábado como esteticista , em um salão de beleza de Magé, na Baixada Fluminense. E, para aumentar a renda familiar, ainda faz bicos como garçonete.
A segunda se envolveu em dois assaltos a lojas de celulares. Por um equívoco na investigação policial, segundo o advogado João Vicente Cordeiro de Oliveira, que defende Danielle, sua cliente teve a foto reconhecida como se fosse a irmã, que havia sido flagrada por uma câmera de segurança durante um dos roubos.
Em julho de 2018, ela teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, no lugar de Daniela. Sem saber que era uma "foragida", Danielle compareceu, no último dia 7 de junho na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) para prestar depoimento na morte de um parente.
Só após receber a voz de prisão, a irmã inocente descobriu que seu mundo havia desabado. Desde então, está à disposição da Justiça em um xadrez do presídio Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo do Gericinó, na Zona Oeste do Rio
— Ela ficou surpresa. Não sabia o motivo da prisão. Ao ser informada de que se tratava do cumprimento de um mandado de prisão por roubo, ela chorou e disse que não tinha nada a ver com aquilo — contou o advogado.
A defesa de Danielle entrou com um habeas corpus com um pedido de liminar para que a prisão fosse revogada. Para isso, inseriu no pedido documentos como fotos da verdadeira autora do roubo e a localização do GPS do telefone de Danielle, no dia 26 de julho de 2018, que apontava que ela estava em Magé, na hora em que um dos assaltos aconteceu.O argumento foi aceito pelo Ministério Público e o juiz da 2ª Vara Criminal de Caxias revogou a prisão.
No entanto, a esteticista foi não pode ser liberada, já que havia um outro mandado de prisão pelo segundo assalto, que estava em uma vara criminal diferente. Um recurso foi feito ao desembargador de plantão no Tribunal de Justiça, no último dia 12, mas o pedido de liberdade acabou não sendo aceito. Apesar das alegações feitas pela defesa de Danielle, sua irmã ainda não foi localizada pela polícia. Para a família das duas irmãs, não há dúvida de que houve um engano.
— A Danielle é uma pessoa de bem. Sempre trabalhou e correu atrás . O que houve foi um equívoco da Justiça. Na verdade, a família está meio sem chão. Não temos muito o que fazer já que é uma situação que envolve duas irmãs — disse um parente que pediu pra não ser identificado .
Os assaltos que motivaram a investigação da Polícia Civil ocorreram em julho de 2018. Nos dois casos, segundo a defesa de Danielle, existiria a participação da irmã da esteticista. Um dos assaltos ocorreu no dia 26 de julho de 2018, numa loja de celulares do bairro Vinte e Cinco de Agosto, em Caxias. Na ocasião, foram levados pelo menos 38 celulares e dois notebooks. A ação ocorreu depois que um homem e uma mulher bateram na porta do comércio, como se fossem pedir uma informação.
Quando uma funcionária abriu a porta, ela foi rendida pelo homem que estava com uma pistola. Daniela teria entrado com o assaltante e se apoderado dos celulares. Já o homem apanhou os dois notebooks. Em seguida, a dupla fugiu. O outro caso ocorreu 15 dias antes, também em Caxias.
A mesma dupla entrou no comércio fingindo que iria comprar um celular. Ao se aproximar do balcão, o bandido anunciou o roubo, enquanto Daniela ficou vigiando a,porta. Nesta ocasião, a dupla fugiu levando pelo menos seis celulares. Daniela teria ligado,posteriormente para um dos aparelhos levados. A polícia rastreou a ligação e acabou chegando a mulher.
Durante as investigações, ela teria sido identificada por engano como se fosse Danielle Estevão e não Daniela.
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Redação iBahia
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