A mulher do jornalista britânico Dom Phillips, Alessandra Sampaio, afirmou que o corpo dele e do indigenista Bruno Pereira foram encontrados. Os dois estavam desaparecidos há mais de semana no Vale do Javari, Terra Índigena no Amazonas. A informação, no entanto, ainda não foi confirmada pelas autoridades brasileiras.
Ao g1, Alessandra disse que a Polícia Federal confirmou a localização de dois corpos, mas que eles ainda precisam ser periciados. A Embaixada Britânica já havia comunicado a família do repórter sobre os corpos, informando que seria de Dom Phillips.
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O caso
Bruno e Phillips transitavam entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte quando sumiram. Eles tinham ido para a região para entrevistas e uma reunião, e deveriam ter retornado no domingo (5), mas não apareceram.
Dom Phillips e a esposa moram na Bahia desde 2007 e os dois têm uma casa em Salvador. O jornalista, que é colaborador do jornal britânico The Guardian, está escrevendo um livro sobre a floresta amazônica e sua autossustentabilidade quanto às chuvas. Por isso estava no local.
Bruno, além de estudar e pesquisar questões relacionadas aos povos indígenas, é servidor de carreira da Funai, e recebia constantes ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores. Isso pode ter relação com o caso.
O suspeito preso na terça-feira (7) foi identificado como Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos. Ele é conhecido como “Pelado”. A prisão em flagrante do suspeito foi convertida em preventiva na quinta-feira (9), conforme nota divulgada nesta sexta.
Bruno e Phillips
Ao longo da última década, Bruno Araújo Pereira foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte, que compreende justamente a área onde ele foi visto pela última vez. O servidor deixou o cargo em 2016, durante um intenso conflito registrado entre povos isolados da região.
Em 2018, Bruno se tornou o coordenador-geral de Índios Isolados e de Recém Contatados da Fundação Nacional do Índio (Funai), quando chefiou a maior expedição para contato com índios isolados dos últimos 20 anos. Contudo, foi exonerado do cargo em outubro de 2019, após pressão de setores ruralistas ligados ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
Conforme a Univaja, nos últimos anos, ele atuava na sede do órgão, em Brasília.
Bruno faz expedições com Phillips na região onde os dois sumiram desde 2018, de acordo com o Guardian.
O jornalista mora em Salvador e faz reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para veículos como Washington Post, New York Times e Financial Times, além do Guardian. Ele também está trabalhando em um livro sobre meio ambiente com apoio da Fundação Alicia Patterson.
Em uma rede social, Jonathan Watts, editor do Guardian, disse que o jornal está preocupado e procurando informações sobre o colaborador.
“O Guardian está muito preocupado e procurando urgentemente informações sobre o paradeiro de Phillips. Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais rápido possível”, escreveu Watts.
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Redação iBahia
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