A modelo transexual Sumé Yina, de 24 anos, usou seu perfil no Instagram para relatar as agressões que sofreu de um motorista de aplicativo de transporte. Ela conta ter sido vítima de transfobia durante um trajeto, na última semana, em São Paulo.
"Fui espancada, tive meus ossos quebrados", descreve. Há um ano modelando, Sumé é uma das apostas da mesma agência que cuida, entre outros, da carreira da supermodelo Lais Ribeiro.
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“Por dias venho buscando entender se devia compartilhar o que aconteceu comigo e agora que consigo mover de novo meus dedos escrevo sobre a violência brutal que eu sofri. Me dói a carne dizer que fui mais uma vítima de transfobia, fui espancada, tive meus ossos quebrados e fui colocada no maior lugar de vulnerabilidade em que já vivi. Escrevo nesse momento pra lembrar as minhas irmãs o quanto expostas estamos. Mesmo que em nenhum momento nos esqueçamos disso", escreveu a modelo, dando ainda mais detalhes do ocorrido:
"Fui agredida por um motorista após um abuso sexual, mais um dos inúmeros que já sofri, e espancada. Vi meu corpo jorrar sangue por todos os lados, me senti sedada, imóvel a tamanha a violência, no fim não sentia meus braços que já estavam inchados e quebrados por eu defender como eu pude a minha vida".
Sumé Yina conta também que foi alvo de preconceito no hospital em que foi atendida, na capital paulista:
"Sofri transfobia no hospital assim como em t-o-d-o-s os setores em que vivencio, pois essa é a realidade das pessoas trans nesse mundo, da arte à moda, as pessoas cisgêneras não se esforçam em serem respeitáveis e atentas conosco. Nesses primeiros dias pós acontecido eu só conseguia dormir, sem vontade de viver, sentimento em que já lutamos contra em muitos momentos da vida, pois só nos meus sonhos eu me reconfortava, já que quando eu acordava só me vinha essa situação de dor em mente inúmeras vezes".
Nascida no Rio, Sumé Yina, além de modelo, é formada em Cinema e Audiovisual, e já desfilou na São Paulo Fashion Week e pôde ser vista em editorias em revistas como "Harper's Bazaar" e "Vogue Portugal".
"Compartilho meu corpo agredido porque sei que por mais que eu acredite na ressignificação de nossas imagens, o que eu luto pra reconstruir, ainda sofremos os mesmos ataques, ainda toda semana uma travesti é espancada até a morte no Brasil. Eu ainda acredito em nossa luta e em nossas conquistas, que estejamos atentas sempre que possível.”, finaliza ela.
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Agência O Globo
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