Eduardo amava ir ao Ciep Maestro Francisco Mignone, em Olaria, local onde estudava em turno integral, das 7h30m às 17h30m, e sonhava com um futuro brilhante. Na próxima semana, o menino começaria a estudar inglês e informática no Sebrae da Tijuca.
A doméstica Terezinha Maria de Jesus, 40 anos, mãe do pequeno Eduardo, estava economizando dinheiro para conseguir pagar os R$ 200 mensais dos cursos, que durariam um ano e nove meses.
"Seria um sacrifício pagar, mas ele merecia tudo. Era uma criança muito doce, dizia que me amava várias vezes por dia. Só tirava notas boas no colégio, participava de atividades culturais e esportivas na parte da tarde e gostava tanto de estudar que poderia dormir na escola. Ele me falava que tinha um futuro bonito pela frente. Agora, não tem mais", disse a mãe, bastante emocionada, ao jornal 'O Globo'.
Um menino muito amoroso, segundo palavras da própria mãe, que está desolada com o ocorrido. Para Terezinha, foi um policial que matou o filho caçula, que brincava na porta de casa. "Foi a polícia que matou o meu filho. Não houve tiroteio. É uma mentira que teve confronto", disse. Os policiais envolvidos na operação foram afastados das atividades e suas armas foram apreendidas para realização de confronto balístico.
Vídeo postado nas redes sociais mostra corpo da criança (Foto: Reprodução/TV Globo) |
Uma perícia foi feita no local na mesma noite pela Delegacia de Homicídios e familiares da vítima prestaram depoimento, informou a Polícia Civil. O caso também será investigado por um Inquérito Policial Militar (IPM). A presidente Dilma Rousseff afirmou, em nota, esperar que sejam esclarecidas as circunstâncias da morte do garoto. "Espero que as circunstâncias dessa morte sejam esclarecidas e os responsáveis, julgados e punidos", diz a nota. Na quinta-feira (2) à noite, moradores foram às ruas protestar contra a violência e os abusos cometidos por policias militares nas comunidades. O garoto foi a quarta vítima fatal no complexo de favelas em apenas 24 horas.
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