O garimpo, como é praticado hoje na Amazônia, é caracterizado pela presença de grandes máquinas e equipamentos, diferentemente do que ocorria em épocas anteriores. A imagem clássica do garimpeiro romântico deu lugar a estruturas de grande porte, comandadas por investidores, muitas vezes, desconhecidos. “Hoje você tem os empresários garimpeiros, que é gente que tem dinheiro, que domina as áreas e que tem garimpo e usa a mão de obra dos pequenos [garimpeiros]. São grandes escavadeiras, tratores e caminhões. Hoje é uma mineração clandestina”, define o geólogo Elmer Prata Salomão, presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Mineral. Na primeira grande corrida do ouro, na época dos portugueses, predominantemente em Minas Gerais, e na segunda corrida, em Serra Pelada, o ouro estava “à flor da terra”, em plataformas mais superficiais de fácil retirada. Os dois eventos, que duraram pouco mais de dez anos, cada, exigiam menos mecanização e contavam com mão de obra mais submissa e menos especializada. A nova faceta do garimpo, movido por estruturas de grande porte, como retroescavadeiras e outras máquinas e equipamentos, além de motores e aviões, e que hoje põe à prova o trabalho de fiscalização e repressão da atividade ilegal, começou a ganhar forma nos anos de 1980. A mudança aconteceu no fim da segunda corrida do ouro, em Serra Pelada, no município de Curionópolis, no sul do Pará. A área de quase 5 mil hectares ficou conhecida como maior garimpo a céu aberto do mundo. Números oficiais indicam que 30 toneladas de ouro foram retiradas da região na época. “Os anos 80 [do século passado] transformaram completamente o garimpo, que deixou de ser uma atividade manual e passou a ser mecanizada”, ressalta o presidente da Associação Brasileira de Pesquisa Mineral, Elmer Prata Salomão. Apesar da transformação, na época, o garimpo ainda acontecia nos aluviões - depósitos superficiais no leito e nas margens dos rios, que podiam ser explorados com facilidade pelos garimpeiros.
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