A mostra Luzes do Norte foi prorrogada pelo Museu de Arte de São Paulo (Masp) até o dia 27 de janeiro. Composta por 61 obras do renascimento alemão, a mostra tem como novidade a forma inédita e especialmente concebida para o museu. As gravuras e desenhos, raridades do século 16, traçam a evolução dessa arte no norte da Europa. De acordo com o curador assistente do Masp Denis Molino, a exposição que usa o acervo do Museu do Louvre, em Paris, tem trabalhos de 23 artistas e é dividida em três momentos. O primeiro deles traz obras em que a forma humana aparece de uma maneira mais alongada, além de apresentar características góticas. “O corpo tem um desenho anatômico não muito definido, numa perspectiva intuitiva”, disse. Muitas influências renascentistas para essas gravuras, diz ele, começaram a aparecer na Itália. “É a ideia de luzes ligada à ideia do renascimento”, conta Molino. Na segunda etapa, as obras estão mais focadas na figura do autor Albrecht Dürer. As gravuras passam a trazer perspectiva, “ele vai desenhando a ideia de profundidade”, explica. O estudo de anatomia vindo dos italianos também é inspiração para as obras. Essa diferença evolutiva, inclusive, torna-se clara para os visitantes, como a engenheira civil, Yolanda Frinche, de 31 anos. “No início, a gente vê mais riqueza de detalhes dos objetos, das vestes. Depois, vê mais a anatomia humana mesmo”. Na terceira e última parte da exposição, é possível notar que os assuntos ligados à religião dão espaço a um tema novo: a natureza. Várias gravuras trazem paisagens e visões panorâmicas. Paulo Rodigues Oliveira, de 12 anos, diz que apreciou mais essa parte da mostra. “Tem uns quadros legais. Eu gosto de quadro grande e o que me chamou a atenção foram os quadros de floresta, natureza, dos rios”. A exposição teve início no dia 13 de outubro do ano passado, mas foi prorrogada para integrar as comemorações do aniversário da capital paulista. As obras compõem uma coleção de 100 mil obras doadas pela família do barão Edmond de Rothschild ao Museu do Louvre em 1935, além de dois óleos de Cranach e Holbein pertencentes ao acervo do Masp. A mostra fica aberta de terça-feira a domingo e feriados, das 10h às 18h. Às quintas-feiras, das 10h às 20h. A bilheteria fecha meia hora antes e os ingressos custam R$ 15 a inteira e R$ 7 para estudantes. Crianças de até 10 anos e idosos com mais de 60 anos não pagam. Na terça-feira o acesso é gratuito. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3251-5644.
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