Um vídeo publicado há cerca de seis anos, em que Damares Alves, ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, aparece com as mãos sujas de tinta, como se fosse sangue, voltou a circular nas redes sociais. As imagens fazem parte da campanha "Não quero sangue inocente em minhas mãos!", criada para pressionar, em 2013, a então a presidente Dilma Rousseff a não sancionar o Projeto de Lei Complementar 3/2013, que determinava o atendimento a vítimas de violência sexual no SUS. A PLC, que previa, entre outras medidas, a "profilaxia da gravidez", foi sancionada e se tornou a Lei nº 12.845. Damares participou de lobby contra sua aprovação.
Em nota, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos informou que "não trabalhará por alterações na legislação relacionada ao aborto por entender que o tema é de competência do Congresso Nacional". No ano em que aderiu a campanha e gravou o vídeo, em 2013, Damares era assessora parlamentar do então deputado Arolde de Oliveira, senador eleito pelo Rio de Janeiro.
No vídeo, que tem pouco mais de 20 segundos, Damares aparece com uma camiseta branca e mostra suas mãos, sujas de tinta, como se elas estivessem envoltas em sangue. Em uma encenação dramática, com música ao fundo, a ministra passa as mãos na roupa, que também ficam vermelhas. As imagens, que faziam parte da campanha, foram publicadas no Facebook. Nos últimos dias, internautas voltaram a reproduzi-las. Um dos compartilhamentos, no Twitter, já tem mais de 15 mil visualizações.
O movimento "Não quero sangue inocente em minhas mãos" foi criado, de acordo com a página no Facebook, para "contrapor" a ação PLC 03/2013, então aprovada pelo Congresso brasileiro. Segundo o movimento, o projeto de lei poderia "levar à morte centenas de crianças".
Na página em que aparece o vídeo de Damares, um texto diz, diante da discussão do projeto de lei, que "o Brasil está a um passo da legalização do aborto" e pede apoio para o veto da presidente. "Urge a sua manifestação de forma contundente para que o chefe desta nação vete todos os artigos desta infame artimanha que põe em risco o direito mais elementar do ser humano: a vida".
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O texto prossegue: "O país está diante de uma escolha: bênção ou maldição! Não se esqueçam, o sangue dessas crianças irá clamar a Deus desde a terra como clamou o sangue de Abel (Gn 4, 10)". E encaminha para uma petição online.
'Lei da profilaxia da gravidez'
A lei, sancionada em agosto de 2013 sem veto, determina o atendimento obrigatório imediato e multidisciplinar a vítimas de violência sexual no Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os atendimentos, estão o diagnóstico e tratamento das lesões, apoio psicológico, profilaxia da gravidez, como a distribuição da pílula do dia seguinte, e de doenças sexualmente transmissíveis, além de informações sobre serviços sanitários disponíveis.
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Redação iBahia
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