Uma mãe de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, pendurou uma faixa na janela de seu apartamento ironizando os diversos comentários de seus vizinhos na criação de seus filhos. Patricia Monken, de 38 anos, é mãe de uma menina, de 18 anos, e um menino, de 2 anos. A faixa pede calma aqueles que se espantam com o choro da criança e explica que ela não o está "matando", mas apenas cuidando do menino.
Segundo Patrícia, é comum ouvir comentários dos vizinhos sobre a forma como cria os dois filhos, principalmente sobre o cabelo do pequeno, que é comprido.
— As pessoas se metem demais. Eu cansei de desenhar que meu filho é menino de cabelo grande porque quem manda na minha casa sou eu. As pessoas falam que é feio, que tem que cortar. Teve gente até falando que meu filho ia virar gay por isso, acredita? Tem horas que não dá. Respondo logo que isso não é da conta da pessoa. Meu filho não vai ser gay por isso e se for, que seja. O que ele precisa é ter boa índole. As pessoas ficam incomodadas com o cabelo grande do meu filho. Mas só que o cabelo do meu filho, desde que ele nasceu, já tem destino certo. Lá para o final do ano, já vai estar em ponto de doação. Vou cortar para doar para crianças que têm câncer - disse.
Sem papas na língua com quem se sente no direito de interferir na criação de seus filhos, Patricia escreveu na faixa que quem quiser dar palpites precisa, pelo menos, doar cinco pacotes de fralda. Se elas forem jumbo (pacote maior), ela diz que a pessoa terá direito a dois palpites.
— Coloquei a faixa em cima da janela. Eu morei aqui há 11 anos e, após me separar, voltei para cá. Não gosto de morar aqui por causa disso. Eu fiz uns panfletos explicando isso também mas, como continuam se metendo, resolvi fazer a faixa. É bom que o recado já fica dado logo - disse, rindo.
A técnica de enfermagem disse que a mania das pessoas em dar palpites na criação das crianças não é de hoje em sua vida. Quando a filha mais velha era menor, até o Conselho Tutelar já chegou a ser acionado por vizinhos.
— Foram várias vezes. Até polícia já bateu na minha casa porque a criança estava 'chorando demais'. Minha casa fica fechada. Quem está do lado de fora, não sabe o que acontece aqui dentro. Eu cuido dos meus filhos e as pessoas têm que cuidar da vida delas. Depois que eu coloquei a faixa, não escuto um pio - falou.
A faixa foi colocada na última semana com a ajuda de amigos. Patricia filmou e fotografou a colocação e compartilhou uma foto nas redes sociais. O post viralizou e teve mais de 4 mil compartilhamentos. Outras mães apoiaram a decisão da técnica de enfermagem. "Não te conheço, mas amei sua ideia!", escreveu uma pessoa. "Você tem meu respeito", escreveu uma internauta. "Mitou. Isso não é só pra vizinhos, não! Isso é para todos que adoram se meter na forma como criamos nossos filhos", escreveu uma mãe.
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Redação iBahia
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