A dona da cervejaria Backer tem até o fim desta semana para começar a pagar os procedimentos médicos não cobertos pelos planos de saúde das vítimas com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol, substância detectada em suas bebidas e apontada como causa de problemas neurológicos, insuficiência renal e sintomas como dores abdominais, náuseas e vômitos. A empresa, chamada Três Lobos, está obrigada pela Justiça a custear também as despesas de acompanhantes e de transporte para hospitais, clínicas ou médicos particulares.
Para garantir o pagamento, o juiz Sérgio Henrique Cordeiro Caldas Fernandes, da 23ª Vara Cível da Comarca de Belo Horizonte, determinou ainda o bloqueio dos bens da empresa Empreendimentos Khalil Ltda., pertencente a sócios da Três Lobos. A determinação atende ao pedido dos advogados de 13 vítimas de intoxicação e seus familiares, após dois dos sócios da cervejaria terem se afastado do quadro da outra empresa da família Khalil Lebbos.
— São evidências de que a família está se reorganizando empresarialmente, e isso pode ser um indício de tentativa de ocultação de patrimônio. Queremos nos resguardar e evitar que isso aconteça — diz Guilherme Leroy, um dos advogados que assinam a petição.
A decisão desta quarta-feira amplia o bloqueio de bens requerido pelo Ministério Público de Minas Gerais e aprovado na semana passada. Ao todo, a quantia sob tutela é de R$ 100 milhões, entre valores, veículos e imóveis. O magistrado também mandou a Backer abrir um canal de informação para todas as pessoas que consumiram cervejas da empresa e “não sabem o que fazer diante do risco iminente de danos à saúde”.
A assessoria de imprensa da Backer afirma que “ainda não foi oficialmente intimada de qualquer decisão nesse sentido”. “O processo tramita sob sigilo e tão logo a empresa seja intimada irá se manifestar nos autos.”
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Risco de morte
A Polícia Civil investiga 34 casos de possíveis vítimas, todos em Minas Gerais — seis pessoas morreram.
— Nós temos vítimas que até conseguem andar, que têm um desenvolvimento de saúde bom, mas a grande maioria está em situação delicada e nem sequer conseguiu vir à delegacia prestar esclarecimentos. A situação neurológica das vítimas é muito complexa — afirma o delegado responsável pelo caso, Flávio Grossi.
Entre as pessoas contaminadas, são poucas as que não correm mais risco de morrer. O restante permanece em internação hospitalar — muitos deles, segundo os relatos dos familiares, estão inconscientes ou na Unidade de Tratamento Intensivo de hospitais variados na capital mineira.
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Redação iBahia
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