A Polícia Civil informou nesta sexta-feira que Euler Grandolpho, o atirador que matou cinco pessoas na Catedral Metropolitana de Campinas no último dia 11 e depois se suicidou, planejava cometer o crime pelo menos desde 2008. Os investigadores também anunciaram que descobriram que ele possuía a pistola usada no crime, sem registro no Brasil, havia pelo menos dois anos.
Foram revelados novos trechos do diário de Euler, apreendido na casa em que ele vivia com o pai. Em 10 de setembro de 2016, ele escreveu que já planejava o crime havia anos: "A chacina está programada desde fim de 2008 quando tinha (eu) mais consciência dos valores e me perguntava: 'o que estas aberrações estão fazendo?’”, diz trecho do diário.
Em outra passagem, o atirador diz: "Sei q posso voltar ao mercado de trabalho com um pouco de dedicação aos estudos. Porém, a necessidade da punição (massacre) é maior e mais importante do que a própria vida." Euler era analista de sistemas e chegou a trabalhar entre 2012 e 2014 no Ministério Público de São Paulo , após passar em um concurso.
Em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira, o delegado José Henrique Ventura, diretor do Deinter-2, diz que tem convicção de que Euler planejou o atentado sozinho e que está claro que o atirador queria chamar a atenção do Estado para as perseguições que ele achava que sofria.
Em outro trecho do diário, Euler diz: "Se vcs conseguirem descobrir quem é que fica fazendo 'os ruídos' no meu quarto, já será uma grande coisa".
A polícia também encontrou fotos tiradas por Euler. Em uma delas ele segura a arma, simulando que vai atirar. Em outra, ele escreveu a palavra "pizza" com dezenas de cartuchos.
Os policiais conseguiram descobrir a numeração da pistola usada no ataque, que estava raspada. Como o número não está registrado no Brasil, reforça a tese de que o armamento, uma pistola 9mm, foi comprado em outro país, como o Paraguai.
No último dia 11, Euler invadiu a catedral de Campinas pouco depois do fim de uma missa e deu dezenas de disparos contra fiéis no encerramento de uma missa. Quatro pessoas foram mortas na hora e um senhor de 84 anos morreu no hospital.
Policiais militares que estavam fazendo ronda no entorno da igreja, ouviram os disparos e entraram no local. Eles acertaram um tiro em Euler. Ferido, ele atirou contra a própria cabeça e se matou.
Segundo a polícia, o atirador fez tratamento contra depressão e a família temia que ele cometesse suicídio. Ele não tinha antecedentes criminais.
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Redação iBahia
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