Um total de 64 milhões de aves adultas e pintinhos já morreram em decorrência da greve dos caminhoneiros, que tem impedido que a ração chegue às fazendas em quantidade suficiente para alimentar os animais, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A paralisação também tem prejudicado o abate das aves, que já não encontram condições "minimamente aceitáveis de espaço". A associação diz que há risco de um bilhão de aves e 20 milhões de suínos morrerem nos próximos dias e de os preços subirem.
Bloqueios realizados por caminhoneiros que interrompem o transporte de ração e de animais vivos permanecem, apesar de acordo anunciado pelo governo e a categoria na quinta-feira. Além disso, por falta de condições de transporte, milhares de toneladas de alimentos estão ameaçadas de perderem prazo de validade, enquanto o consumidor já enfrenta a escassez de produtos, alertou a associação.
Nos cálculos da ABPA, 167 unidades frigoríficas de aves e suínos estão paradas. Mais de 234 mil trabalhadores estão com atividades suspensas. A situação é caótica não só para o mercado nacional. Aproximadamente 100 mil toneladas de carne de aves e de suínos deixaram de ser exportadas na última semana. O impacto na balança comercial já é estimado em US$ 350 milhões, segundo a ABPA.
"Com risco de canibalização e condições críticas para os animais, 64 milhões de aves adultas e pintinhos já morreram, e um número maior deverá ser sacrificado em cumprimento às recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal e das normas sanitárias vigentes no Brasil", disse a ABPA em nota. "As carnes suína, de frango e os ovos, proteínas que antes eram abundantes e com preços acessíveis, poderão se tornar significativamente mais caras ao consumidor caso a greve se estenda ainda mais. O velho fantasma da inflação poderá assombrar o país, pelo menos até que ocorra o restabelecimento da produção", complementa a associação.
A ABPA fez um apelo aos caminhoneiros para que suspendam a greve e exigiu "intervenção rápida do governo". "Apelamos para a sensibilidade das lideranças do movimento grevista dos caminhoneiros, da Polícia Federal, das polícias estaduais e municipais pela liberação da passagem dos caminhões carregados com ração, cargas vivas, carnes e outros alimentos em caminhões frigoríficos", diz a nota da ABPA.
Segundo a associação, a regularização do abastecimento de alimentos para a população poderá levar até dois meses após o fim da greve. "Uma intervenção rápida do governo brasileiro é urgente para evitar a continuidade da mortandade de milhões de animais, o desabastecimento dos brasileiros, problemas de saúde pública, danos ao meio ambiente e possível fechamento de agroindústrias e cooperativas, que empregam centenas de milhares de brasileiros e movimentam a economia nacional e o comércio internacional do país".
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Redação iBahia
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