O goleiro Bruno Fernandes, ex-atleta do Flamengo, condenado pela morte da modelo Eliza Samudio, deixou a prisão nesta sexta-feira à noite em Varginha, Minas Gerais. Ele conseguiu na quinta o direito de progressão de pena para cumprir regime semiaberto . Em sua decisão, o juiz Tarciso Moreira de Souza, da 1ª Vaga Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Varginha, cidade de Minas Gerais onde ele está preso desde 2017, desconsiderou uma falta grave atribuída em fevereiro, quando ele foi flagrado com duas mulheres num bar, ao lado de onde deveria estar realizando trabalho externo na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac), e concedeu o benefício.
Nesta sexta, Bruno passou por exame de corpo de delito, audiência de instrução e assinou documentos referentes à sua conduta em liberdade provisória e, no início da noite deixou a cadeia. O atleta também teve o semiaberto convertido em semiaberto domiciliar: isto porquê a Apac não possui convênio com o Estado para poder receber presos, e o município também não conta com outras instituições designadas para tal. De acordo com a defesa, ele continuará em Varginha, e ainda não tem em mente qual atribuição profissional escolherá no prazo de 30 dias que possui.
‘Indignada’
A mãe de Samudio, Sônia Moura, reagiu com indignação à progressão de pena concedida ao goleiro. Hoje, ela mora no Mato Grosso com o neto, filho de Bruno com Eliza, de nove anos.
— Ele vai responder em liberdade e enquanto isso meu neto me pergunta onde está o corpo da mãe. Até quando vai durar essa angústia? Como podemos chamar isso de Justiça? — desabafou Sônia ao portal G1.
O assassinato aconteceu em 2010 num sítio do jogador em Minas Gerais, e o corpo nunca foi encontrado. Bruno foi preso no mesmo ano, quando ainda era atleta do Flamengo. Três anos depois, ele foi condenado e, hoje, soma uma pena de 20 anos e 9 meses — com 8 anos e 10 meses cumpridos. Em 2017, chegou a conseguir um habeas corpus do então ministro do STF, Marco Aurélio Mello, e voltou a atuar como goleiro do Boa Esporte (MG), mas a decisão foi revertida pela Primeira Turma do Supremo. Cúmplice de Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão, que teria atraído a vítima até o local e ocultado o corpo, obteve liberdade condicional em novembro do ano passado.
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Redação iBahia
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