A qualificação profissional de jovens de países destruídos por acidentes naturais e conflitos, como o Haiti e Kosovo, foi a saída encontrada por instituições que prestam ajuda humanitária nessas localidades, no processo de reconstrução das nações. É o caso, por exemplo, do Centro Universitário Metodista de Minas Gerais que atualmente forma, em diversas áreas, 22 estudantes entre 18 e 20 anos dos dois países. A reitora Márcia Nogueira Amorim conta que, em 2008, missionários que prestam ajuda humanitária no país selecionaram o primeiro grupo de haitianos para participar do programa da faculdade Capacitação de Lideranças de Países em Reconstrução. O primeiro passo, no momento da seleção, é a escolha de lideranças locais que, após a formatura, devem retornar ao país com o objetivo de implementar os projetos de ajuda aos compatriotas. Entre os cursos mais procurados pelos haitianos estão engenharia ambiental, engenharia civil, engenharia de produção, arquitetura, biomedicina e nutrição. Márcia Amorim explica que os projetos desenvolvidos têm o pré-requisito de ter utilidade e viabilidade práticas na reconstrução do país em questão. “Um grupo de haitianos estudantes de nutrição, por exemplo, elaboraram, dentro de uma proposta de política alimentar, projeto para construção de restaurantes populares para servir à comunidade”, destacou. Esse projeto acarretou no desenvolvimento de outros como hortas comunitárias para abastecimento; processo de limpeza e higienização do terreno a ser cultivado; e tratamento da água utilizada para irrigação. Além disso, a proposta envolveu a parceria com organizações não governamentais, comércio e rede hoteleira. Os estudantes haitianos também criaram um fundo de reserva financeira para aplicarem nesses investimentos. O estudante Barnet Joseph, por exemplo é autor do livro de poesias Os Gritos. A primeira edição, já esgotada, foi bancada pela faculdade e o exemplar vendido a R$ 15.
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