Uma equipe de profissionais de saúde do Hospital Centenário, na cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul (RS), foi afastada das atividades por estar sendo investigada de injetar leite, em vez de medicamentos, na sonda venosa de um bebê prematuro, de apenas sete dias, que morreu no último domingo. Segundo a prefeitura, a direção da unidade abriu uma sindicância para apurar o caso e registrou um boletim de ocorrência.
O advogado Luciano Peixoto, que representa a família do bebê Miguel Oliveira de Lima, afirmou que a mãe do pequeno deu à luz a um casal de gêmeos prematuros que ficaram em observação para ganho de peso. A menina recebeu alta junto com a mãe, mas o menino continuou na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal para "aprender a mamar".
— Tinham duas sondas, uma venosa (para medicamentos) e outro via oral (alimentação) — contou o advogado. — Na sexta-feira à noite (dia 12), foi inserido leite na sonda venosa e o alimento foi para a circulação sanguínea do bebê. Apenas 12 horas depois, já no sábado de manhã, a família foi informada. Esta versão do leite foi passada pelo hospital à família. Agora aguardamos a conclusão do laudo de necropsia e inquérito policial para analisar o que deve ser feito.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul informou que as investigações estão em andamento na 1ª DP de São Leopoldo. A família do bebê acusa o hospital de negligência e afirma que entre os motivos da morte registrados no atestado de óbito consta "infecção intravenosa causada por corpo estranho".
"Sim, colocaram leite na veia do nosso anjo", disse uma amiga da família no Facebook.
Em nota, a direção da Fundação Hospital Centenário reiterou seu "profundo pesar e solidariedade à família do recém-nascido".
"Diante da tragédia que reveste esta morte prematura, e para que não restem dúvidas quanto às práticas adotadas neste episódio, a direção do hospital informa que afastou a equipe de profissionais que estavam de plantão na UTI Neonatal, responsáveis pelo atendimento do paciente no turno em que teve início a alteração do quadro clínico. A medida do afastamento visa a assegurar a efetiva apuração dos fatos, até o resultado da sindicândia investigatória instituída pelo Hospital", afirma a unidade de saúde.
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Redação iBahia
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