Chega a 25 o número de restos mortais de supostos guerrilheiros que estão sob investigação do Grupo de Trabalho Araguaia (GTA). O mais recente foi encontrado pelo grupo em um antigo cemitério de São Geraldo do Araguaia, no Pará. Suspeita-se que este seja mais um caso de assassinato cometido durante a ditadura militar (1964-1985).Esta foi a quinta expedição feita pelo GTA, que iniciou os trabalhos em junho. Desta vez, o trabalho ficou concentrado em Xambioá, no Tocantins, e São Geraldo do Araguaia, cidades separadas pelo Rio Araguaia. De acordo com o Ministério da Defesa, as localidades eram foco da guerrilha que então ocorria na região do Bico do Papagaio, atual estado do Tocantins.A equipe de arqueologia desenvolveu um trabalho de prospecção em antigas bases militares de Xambioá e do Morro do Urutu, localizadas na Serra das Andorinhas, no Pará, onde, segundo fotografias, bibliografias e relatos, foram encontrados vestígios materiais que servirão de subsídios para saber como eram e funcionavam tais bases. Os trabalhos partem de relatos orais de pessoas que conheciam as matas da região, além de ex-soldados e parentes dos guerrilheiros.Esta foi a última expedição do ano. Recentemente, uma nova sentença judicial determinou a prorrogação dos trabalhos até 2013. Entre os profissionais que compõem a equipe há historiadores, sociólogos e antropólogos, o que, segundo o Ministério da Defesa, possibilita um trabalho com base em muita pesquisa e metodologias. Eles fazem as escavações, mas a manipulação de todos os restos mortais é feita exclusivamente por peritos. Basicamente, é um trabalho de reconhecimento, para identificar e devolver os corpos às famílias.Antes de o grupo ser instituído, as investigações eram feitas por parentes dos desparecidos e por outros órgãos. Em 2009, foi criado o GT Tocantins, integrado apenas pelo Ministério da Defesa. Posteriormente, o grupo passou a ser chamado GT Araguaia, incluindo em sua constituição o Ministério da Justiça e a Secretaria de Direitos Humanos Presidência da República.Ao todo, 25 restos mortais já foram encontrados desde a década de 1990 na região. Os despojos foram levados para capital federal e encaminhados à Universidade de Brasília (UnB) para exames antropométricos – nos quais são feitas diversas medidas corporais para efeito de comparação com dados anteriores à morte – e, posteriormente, análises periciais. Dois corpos já foram identificados: os de Maria Lúcia Petit e de Bergson Gurjão.Nas cinco expedições feitas em 2012, o GTA exumou oito restos mortais. Todos encontrados no Pará e no Tocantins. O grupo ressalta a importância da colaboração da população nas investigações sobre a guerrilha do Araguaia, por meio de um serviço de denúncias, o Disque 100. As ligações podem ser feitas gratuitamente a partir de telefone fixo ou celular.
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