A Embaixada do Brasil no Reino Unido assumiu nesta terça-feira (13) ter errado ao informar para a família do jornalista britânico Dom Phillips que o corpo dele e do indigenista Bruno Araújo Pereira tinham sido encontrados, e pediu desculpas. A informação foi confirmada pelo embaixador Fred Arruda para as jornalistas Andréia Sadi e Mariana Assis, no g1.
Segundo o portal, o embaixador enviou um texto de retratação à família, que teve parte da mensagem divulgada no jornal britânico "The Guardian", onde Phillips trabalhava: "Estamos profundamente sentidos que a Embaixada tenha passado uma informação à família ontem que não se provou correta".
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A retratação veio um dia após a informação equivocada ser passada para a família. O fato aconteceu na manhã da segunda-feira (13), quando um representante da embaixada ligou para o cunhado e a irmã de Phillips e disse que os corpos tinham sido achados amarrados a uma árvore.
Após as ligações, a informação foi divulgada à imprensa pela mulher do jornalista, Alessandra Sampaio. Contudo, em seguida, tanto a Polícia Federal quanto a associação indígena Univaja, que denunciou os desaparecimentos, negaram a situação.
Objetos encontrados
Ainda na segunda-feira, a Polícia Federal divulgou imagens que mostram alguns objetos encontrados durante as buscas pelo jornalista e pelo indigenista, no último domingo (12), no interior do Amazonas.
Segundo informações da PF, foram localizados uma mochila, um notebook, camisas, bermudas, calça, chinelos e botas que pertenciam aos dois desaparecidos, além de um cartão de saúde em nome de Bruno Pereira. O material foi levado para perícia.
A mochila estava em uma área de igapó (região da Floresta Amazônica alagada pelos rios e com inúmeras árvores) e estava amarrada em uma árvore.
De acordo com o coordenador da equipe dos Bombeiros em Atalaia do Norte, Barbosa Amorim, os itens foram encontrados próximo à casa do suspeito de envolvimento no crime, que segue preso pelo desaparecimento das vítimas.
Caso
Bruno e Phillips transitavam entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte quando sumiram. Eles tinham ido para a região para entrevistas e uma reunião, e deveriam ter retornado no domingo (5), mas não apareceram.
Dom Phillips e a esposa moram na Bahia desde 2007 e os dois têm uma casa em Salvador. O jornalista, que é colaborador do jornal britânico The Guardian, está escrevendo um livro sobre a floresta amazônica e sua autossustentabilidade quanto às chuvas. Por isso estava no local.
Bruno, além de estudar e pesquisar questões relacionadas aos povos indígenas, é servidor de carreira da Funai, e recebia constantes ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores. Isso pode ter relação com o caso.
O suspeito preso na terça-feira (7) foi identificado como Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos. Ele é conhecido como “Pelado”. A prisão em flagrante do suspeito foi convertida em preventiva na quinta-feira (9).
No domingo, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) divulgou ter encontrado uma nova embarcação em área de busca pelos desaparecidos.
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Redação iBahia
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