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Ebola: origem, sintomas, tratamento e prevenção; Confira o guia

Entenda como o vírus se dissemina e quais os riscos reais de contaminação

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14/10/2014 às 11:01 • Atualizada em 01/09/2022 às 16:33 - há XX semanas
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Desde o final do mês de fevereiro deste ano, países africanos vêm enfrentando um surto do vírus ebola que já matou mais de 4 mil pessoas na África. Atualmente, já foram notificados casos da doença em países da Europa e nos Estados Unidos. A dimensão internacional da doença e os alarmes, eventualmente, falsos sobre os riscos de uma epidemia mundial fizeram o iBahia criar um guia com informações relevantes sobre a doença. Confira e tire todas as suas dúvidas. Origem Os primeiros indícios da doença foram na década de 1970, na aldeia de Zaire, atual República Democrática do Congo, às margens do Rio Ebola, na África. O cientista belga Peter Piot recebeu a missão de descobrir a origem da morte assustadora de centenas de pessoas da região. Na época, o cientista recebeu uma garrafa térmica com cubos derretidos com sangue de uma freira belga, contaminada com a doença. Juntamente com a garrafa, havia um bilhete explicando a origem do líquido e a urgência da investigação. Piot e sua equipe descobriram que a estrutura do vírus tinha o padrão semelhante ao Marburg, outro vírus descoberto em 1967, as vítimas tiveram febre hemorrágica. A doença foi transmitida entre pessoas que trabalhavam em em laboratórios com macacos infectados de Uganda. Na época, sete pessoas morreram vítimas do Margub. O pesquisador entendeu que, mesmo com características semelhantes ao Margub, ele estava diante de um vírus muito mais potente.
Primeiros registros da doença foram na década de 1970, no Congo
Em 1976, o vírus, ainda desconhecido, havia matado mais de 200 pessoas na região. Ainda nos 1970, os surtos da doença atingiram locais como Gabão, Uganda, Sudão e o Congo, novamente. Depois de um tempo, os surtos desapareceram. Em fevereiro de 2014, o ebola surgiu na África Ocidental. Foi criado um cordão sanitário de isolamento em um triângulo entre três aldeias da tríplice fronteira Guiné-Serra Leoa-Libéria. O número de mortos foi crescendo, e, atualmente, segundo o boletim divulgado pela Organização Mundial de Saúde diz que mais de 4 mil pessoas foram vítimas da doença. Fora da África, há casos registrados da doença na Espanha, na Alemanha e nos Estados Unidos. Transmissão O vírus só é transmitido quando a pessoa já está doente e apresenta sintomas, que vão desde dor de cabeça, febre alta, náuseas, vômito, diarreia, até a falência de órgãos e hemorragia interna. As mudanças no meio ambiente e a pobreza extrema são fatores que explicam a propagação das chamadas "zoonoses", infecções que atingem animais e contaminam os seres humanos.
O sangue é uma das vias de contágio da doença
A transmissão para os humanos ocorre a partir do contato com animais que abrigam "hospedeiros" (espécies de animais que podem habitar vírus, de forma permanente, sem causar sintomas). Espécies de roedores, morcegos, macacos são exemplos desses animais. Quando o homem caça e come ou ainda quando mantém em cativeiro espécies como essas, está construindo chances razoáveis de contágio e propagação entre humanos.Como pega a doença? O contágio é feito através de fluidos corporais: lágrima, muco, saliva, vômito, suor, sangue, xixi, cocô, sêmen. A doença não é transmitida através do ar. Diagnóstico Através de exames laboratoriais é possível verificar a possibilidade de o paciente estar infectado. Baixa nos glóbulos brancos e das plaquetas, além das enzimas hepáticas podem indicar a doença. O teste definitivo para diagnosticar o vírus é chamado PCR. O período de incubação do vírus pode durar de dois dias a três semanas. No Brasil, o Instituto Evandro Chagas (Pará) é o único habilitado para receber as amostras de sangue dos pacientes e inativar o vírus. Tratamento Não há medicação específica aprovada. Os pacientes recebem cuidados gerais para aliviar sintomas, como medicamento contra febre, hidratação e alimentação contínua. Há algumas terapias experimentais como a transfusão de sangue de pacientes que se curaram do ebola e drogas experimentais como ZMapp, TKM-Ebola, Brincidofovir e BCX4430, que ainda não passaram por todas as fases de pesquisa necessárias para aprovação.
Unidade de Tratamento do vírus Ebola Ilha Clinic, em Monróvia, na Libéria
Riscos e Fronteiras O pesquisador americano William Shaffner, da Universidade Vanderbilt, disse que é possível que uma pessoa contaminada viaje de avião, tendo em vista que o tempo de incubação pode alcançar até três semanas. Se os serviços internacionais de saúde conseguirem isolar as pessoas atingidas com a doença, não há riscos de uma epidemia da doença em outros países. A Organização Mundial e Saúde (OMS), ainda, não recomenda o fechamento de fronteiras. Em julho, a Libéria anunciou o fechamento da maioria das fronteiras terrestres do país, depois que o ebola se espalhou. Os Estados Unidos vão realizar testes de detecção de ebola nos aeroportos.
Rituais culturais africanos aumentam os riscos de contaminação
Ainda de acordo com a Organização Mundial e Saúde (OMS), o alto risco de contaminação da doença nos países afetados está ligado aos hábitos culturais de algumas regiões africanas, como lavar os defuntos antes do funeral, o que potencializa o risco de contaminação do vírus. A circulação de pessoas entre as fronteiras dos países contaminados é outro agravante do risco de pulverização do vírus.

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