Quando o Sol se puser nesta sexta-feira (27), a Lua surgirá no horizonte totalmente coberta pela sombra da Terra, no mais longo eclipse lunar do século. Ela não estará clara e brilhante, mas escurecida, com tons avermelhados, num fenômeno conhecido como “Lua de Sangue”. Moradores de todo o país poderão apreciar o eclipse, mas em diferentes fases.
Assim como todos os astros, a Lua surge no horizonte a leste, por isso, o ideal para acompanhar o eclipse é procurar um local que tenha vista livre para essa direção. Nas cidades litorâneas, as praias, em geral, são um bom ponto de observação.
Estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste poderão ver o satélite totalmente encoberto, mas em partes do Centro-Oeste e do Norte, a visão será parcial ou apenas penumbral.
— Quanto mais perto do litoral, melhor para a observação — afirma Josina. — Nós não vamos acompanhar o fenômeno desde o início, ele começa antes de a Lua surgir no horizonte. Então, quanto mais a leste for a cidade, maior será a duração do eclipse.
Pelo horário de Brasília, o eclipse penumbral, quando a Lua começa a entrar na sombra da Terra, terá início às 14h14min, bem antes de a Lua surgir no horizonte. O eclipse total começa às 16h30min, alcançando o pico às 17h21min e se encerrando às 18h13min. A partir de então, a projeção da sombra da Terra sobre o satélite será cada vez menor, com o eclipse penumbral terminando às 20h28. No Rio de Janeiro, a Lua nascerá às 17h26.
No total, o evento irá durar 6 horas e 14 minutos, sendo 1 hora e 43 minutos com a Lua totalmente encoberta pela sombra da Terra. Segundo Josina, os eclipses lunares duram, em média, entre 60 e 80 minutos, mas fenômeno desta sexta-feira será particularmente longo por uma rara conjunção de coincidências.
A órbita da Lua é elíptica, então existem períodos em que ela está mais próxima da Terra e, em outros, mais distantes. Quando ela está próxima, no perigeu, acontecem as superluas. Agora, ela está no ponto mais distante, no apogeu, a mais de 400 mil quilômetros do nosso planeta, com menor velocidade orbital. Além disso, a Lua passará bem no centro da sombra da Terra, não pelas bordas, e pelo fato de a Terra estar em seu ponto mais distante do Sol, a sombra também será um pouco maior.
Resumindo, a Lua percorrerá o maior caminho dentro de uma sombra ligeiramente maior que a média, com velocidade menor que o normal. A maior duração possível para um eclipse total lunar é de 1 hora e 47 minutos, de acordo com o site EarthSky.
Disco Avermelhado
Mesmo para astrônomos experientes, o eclipse desta sexta-feira promete ser marcante. Como a Lua já surgirá encoberta, seu disco aparente será maior, por causa do efeito de refração. A Lua não ficará totalmente “invisível”, mas terá um disco avermelhado por causa da luminosidade que passa pela atmosfera terrestre.
— No eclipse total, a gente deixa de ver a luminosidade do reflexo da luz solar na Lua, mas vê a luminosidade que ela recebe pelos raios que passam pela Terra — explica Josina. — E a atmosfera filtra os raios das faixas ultravioletas e deixa passar os das faixas mais laranjas e avermelhadas.
Previsão do tempo
Além disso, haverá um raro alinhamento de planetas visíveis a olho nu. E Marte está no seu ponto mais próximo da Terra dos últimos 15 anos, fazendo com que seu brilho se destaque no céu visível.
— Surgirão, nessa ordem: Vênus, Júpiter, Saturno, Marte e a Lua — destacou a especialista. — Ficarão todos na mesma linha. Marte vai aparecer às 17h02 e a Lua, às 17h26. Estarão bem próximos.
O que pode atrapalhar o espetáculo é o clima. De acordo com o Climatempo, uma massa de ar seco que predomina sobre o país dificulta a formação de nuvens. Para o fim da tarde e o início da noite de sexta-feira, a previsão é de que a maior parte do Brasil tenha pouca nebulosidade, com exceção do nordeste do Rio Grande do Sul, centro-sul e leste de Santa Catarina e o leste do Paraná, o que inclui as capitais Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba. Para a região entre Natal, João Pessoa e Recife também há previsão de nuvens. No Norte, as capitais também têm previsão de chuva.
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Redação iBahia
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