O dono da empresa de refrigerantes Dolly, Laerte Codonho, deixou a prisão na noite desta sexta-feira por determinação da justiça de São Paulo. Ele estava preso no 77º Distrito Policial de Santa Cecília, região central capital paulista, desde o último dia 10 de maio. Ele é acusado de crimes de fraude fiscal, sonegação, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
Codonho foi detido junto com outros dois ex-funcionários da Dolly — o contador Rogério Raucci, e o ex-gerente financeiro da empresa, César Requena Mazzi. Na ocasião, ao chegar à delegacia o empresário aproveitou a presença de jornalistas para atacar a Coca Cola, sua rival no mercado de refrigerantes: carregava uma folha de papel com a afirmação “preso pela Coca-Cola” escrito com um batom. Mazzi também foi liberado na noite de sexta. Raucci estava livre desde o dia.
Segundo o Ministério Público, Codonho liderava uma organização criminosa cujo objetivo era burlar o pagamento de impostos. O esquema funcionaria desde 1998, e teria causado prejuízos da ordem de R$4 bilhões aos cofres públicos. O MP apura ainda outros possíveis crimes relacionados, como lavagem de dinheiro.
A Dolly foi fundada em 1987 e ficou conhecida por fabricar refrigerantes a preços populares. Nos últimos anos, os resultados da companhia foram afetados pela redução de consumo de refrigerantes no país e por promoções adotadas por outras empresas maiores, como a Coca-Cola. Em 2004, Codonho acusou a multinacional americana de práticas anticoncorrenciais. Segundo os promotores responsáveis pela investigação, a Dolly é, hoje, uma das maiores devedoras de impostos do estado de São Paulo.
Agora em liberdade, Codonho terá de lidar com algumas restrições: terá de se apresentar mensalmente à Justiça, e não poderá ter contato com outros investigados. Também terá de passar as noites e os finais de semana em casa.
Na operação que prendeu Codonho, também foram apreendidos dois helicópteros e quatro carros de luxo. Na mansão do executivo, em Cotia, os PMs também encontraram dinheiro em espécie: notas de real, dólar, libra esterlina e euro. O valor apreendido não foi divulgado.
A operação policial do dia 10 não foi a primeira complicação do executivo com a justiça. Em 2017, o dono da Dolly havia sido alvo da Operação Clone, por fraudes relacionadas ao pagamento de ICMS. De acordo com o MP, a Dolly demitia funcionários para depois recontratá-por outra empresa. O objetivo da manobra seria fraudar o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Codonho foi condenado a 7 anos e seis meses de prisão em fevereiro, mas a ordem de prisão ainda não foi expedida.
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Redação iBahia
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