Algumas diaristas do Distrito Federal decidiram se unir para trocarem informações sobre clientes que te assediaram antes da contratação ou no decorrer da prestação do serviço. Denominado como 'clientes perigoso', o grupo viralizou nas redes sociais.
De acordo com o G1 Distrito Federal, em um print com um cliente, é possível ver ele aparentemente interessado no serviço de faxina, no entanto, no meio das negociações, pedia para que as mulheres trabalhassem com short curtos.
A diarista Girlane Lopes, de 36 anos, foi uma das que receberam a proposta. "Eu coloquei meu anúncio, e um homem entrou em contato. Nessa pandemia, a gente precisando de trabalho, eu sou mãe de família, tenho aluguel pra pagar, meu marido tá desempregado. Ele oferecendo R$ 170, eu estava até feliz", disse ela.
"Mas aí conversando, ele disse que se eu usasse short curtinho, ele pagava mais R$ 300. Eu achei bem constrangedor. Mostrei pro meu marido e ele ficou louco de raiva, indignado", contou a diarista.
A outra diarista Franciane Sousa, de 31 anos, também recebeu mensagens parecidas, do mesmo cliente. Ela foi a primeira a falar sobre as mensagens no grupo de diaristas. "Eu quis alertar as outras. Porque se esse homem chegou a esse ponto, fazendo esse tipo de proposta, ele pode ir além, e fazer coisas piores", afirmou ela.
A delegada Adriana Santana, da Delegacia Especial de Atendimento a Mulher (DEAM), explica que esse tipo de mensagem não se configura como assédio, mas como perturbação da tranquilidade. No entanto, ela aponta que é o primeiro passo para que outras situações aconteçam.
"Se ela aceita o serviço, vai trabalhar no local combinado, e lá recebe propostas sexuais, estaríamos diante de um caso de assédio. Se essas propostas vem acompanhadas de um toque libidinoso, sem consentimento, passa a ser uma importunação sexual. Se além de tudo isso ainda houver uma violência, uma ameaça, nós poderíamos estar diante de um estupro", disse a a autoridade.
A delegada contou ainda que essas mulheres não devem permanecer caladas. "É muito importante que seja registrada a ocorrência policial, para que a gente possa identificar esse agressor", finalizou ela.
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Redação iBahia
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