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De 7 de setembro a 2 de Julho: conheça a história da Independência

Processo da Independência do Brasil foi marcado por batalhas e movimentos separatistas

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Nathália Amorim

07/09/2023 às 8:15 • Atualizada em 11/09/2023 às 17:12 - há XX semanas
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					De 7 de setembro a 2 de Julho: conheça a história da Independência
Foto: Agência Brasil

O 7 de setembro é um marco para história do país. Nessa mesma data, em 1822, D. Pedro I deflagrou a Independência do Brasil. No entanto, para que este fato acontecesse, movimentos paralelos foram fundamentais.

O historiador Murilo Mello destaca duas essenciais, e que deram início ao processo de Independência: a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana.

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"Ponto de partida a Conjuração Baiana e Inconfidência Mineira, que são movimentos separatistas, mas queriam separar apenas essas capitanias específicas. Não se tinha ideia de unidade", explicou em entrevista ao iBahia

Mas, tudo começa a ganhar um novo contexto quando a família real portuguesa desembarca no Brasil em 1808. A chegada dos portugueses traz uma série de transformações importantes, como a abertura dos portos às nações amigas, o que impulsionou a economia brasileira.

"Aí, outra data importante, é o 1808, que é a vinda da família real. Isso vai alterar bastante a organização do Brasil. Vai ter a abertura dos portos, que vai acabar o pacto colonial. Vai ter a elevação do Brasil a Reino Unido em 1815", disse o historiador, explicando que com isso o país deixava de ser considerado colônia.

Dentro desse cenário, o domínio de Portugal parecia consolidado, mas a nova condição do Brasil não agradava os portugueses, especialmente porque o país português vivia uma crise interna, polícia e econômica, associada principalmente à ausência do rei.

A reação portuguesa à crise provocou a Revolução Liberal do Porto. Segundo Murilo Mello, as cortes exigiam duas coisas de imediato: o retorno de Dom João VI e sua família à Lisboa e o rebaixamento do Brasil à condição de colônia.

"Esse aí é o start da Independência, porque não vamos aceitar essa recolonização. Deputados vão viajar para assembleia em Portugal, para construir a nova constituição e vão saber desses ideais portugueses de fechar novamente os portos, de tirar a categoria de reino unido", conta.

D. João VI acabou cedendo e retornou para Lisboa em abril de 1821, mas deixou seu filho, D. Pedro, no Brasil. Durante a regência do príncipe, as cortes portuguesas continuavam a tomar medidas que aumentavam as insatisfação dos brasileiros com Portugal. Isso reforçou o desejo do Brasil à separação, ou seja, a sua Independência.

Dessa forma, as elites brasileiras fizeram um movimento a fim de juntar as províncias e formar algo novo, o Brasil, mas para que desse certo, era preciso que D. Pedro permanecesse no país.

"A partir dessa notícia aqui no Brasil, uma parte das elites tem a ideia de juntar essas províncias [brasileiras] e formar algo novo, que é o Brasil. O Brasil é uma ideia. E eles começaram a costurar essa possibilidade de juntar o Brasil e precisavam de alguém que seja muito bem quisto pelo povo, e essa pessoa é Dom Pedro", conta o historiador.

Foi o movimento das elites brasileiras que resultou no Dia do Fico, em 9 de janeiro de 1822. A data ficou conhecida como o dia em que D. Pedro decidiu permanecer no Brasil.

Em maio daquele mesmo ano, foi decretada uma ordem conhecida como" Cumpra-se", que determinava que todas as ordens emitidas de Portugal só teriam validade caso legitimadas pelo príncipe regente.

As cortes portugueses permaneceram intolerantes com os interesses brasileiros e em agosto daquele ano, novas ordens chegaram do país: D.Pedro deveria retornar para Portugal, os privilégios de abertura do país seriam revogados e os ministros de D.Pedro presos por traição.

Convencidos de que a ruptura entre Brasil e Portugal deveria acontecer, Maria Leopaldina assinou o decreto de Independência e despachou com urgência para D.Pedro, que estava a São Paulo. Assim, no dia 7 de setembro, a comitiva dele foi interceptada pelo mensageiro enviado pela esposa e José Bonifácio. Naquele dia, às margens do rio Ipiranga, o príncipe regente declarou a Independência do Brasil.

"No 7 de setembro, D. Pedro estava saindo de Santos para arregimentar essa nova ideia de Brasil, convencer partidários, partes da elite. Depois de ir a Santos com a comitiva dele, ele sobe a serra do mar em direção a São Paulo e é interceptado pelo mensageiro enviado pela mulher dele e Bonifácio, e aí ele dá o grito do Ipiranga", relata o historiador.

Mas, a Independência do Brasil não foi pacífica e guerras acometeram diferentes partes do país com o intuito de expulsar as tropas militares portugueses do território. Essas batalhas aconteceram em diversas províncias, incluindo Maranhão, Pará, Piauí e, sendo consideradas as mais importante, as disputas na Bahia.

"Boa parte das batalhas aconteceram nas regiões praieiras. Pituba, Rio Vermelho tiveram batalhas assim. E outras ocorreram, como foi o caso da Batalha de Pirajá, em estradas de entrada da cidade", explicou o historiador Sávio Roz ao especial 2 de Julho do iBahia sobre a participação da capital baiana na história.

A Batalha de Pirajá, em 8 de novembro de 1822, é considerada a mais significativa realizada no território de Salvador.

"A Batalha de Pirajá foi a mais significativa nesse sentido, porque foi a batalha onde houve a resistência da ocupação desse isolamento. Os brasileiros estavam ocupando a região e os portugueses precisavam dela desobstruída para poder receber esses alimentos vindos do Recôncavo", explica.

Apesar de não ter sido a última batalha no processo de Independência, ela ficou conhecida por levantar a moral dos militares vitoriosos, o que provocou a diminuição das tropas portuguesas da região e um aumento das brasileiras, com voluntários efetivos vindos de todo o país.

Após a Batalha de Pirajá, o Exército Pacificador manteve a luta contra as tropas portuguesas que administravam a Bahia até o dia 2 de Julho de 1823. Nesta data, os brasileiros conseguiram uma vitória definitiva contra Madeira de Melo e os portugueses na região, passando a ser o dia em que é celebrada a Independência do Brasil na Bahia.

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