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'Consulta popular é o único meio de lavar lambança', diz Dilma

Objetivo da proposta é tentar virar no Senado votos a favor do impeachment

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Redação iBahia

10/06/2016 às 9:28 • Atualizada em 30/08/2022 às 18:13 - há XX semanas
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Em entrevista veiculada na noite desta sexta-feira na TV Brasil, a presidente afastada, Dilma Rousseff, afirmou que, “querendo ou não”, a população terá de ser consultada caso ela retorne à Presidência da República ao fim do processo de impeachment no Senado. Sem dar detalhes, Dilma lançou a proposta de um plebiscito para se decidir os rumos do mandato, em caso de sua vitória no Senado. Mas um desfecho do impeachment favorável à presidente é, hoje, o cenário mais improvável. Na admissão do processo, em 12 de maio, Dilma obteve apenas 22 votos contra o impeachment. Ela precisa de um terço — 27 votos — para continuar presidente. — Rompeu-se um pacto, existente desde a Constituição de 1988. Tem de remontar esse pacto, e ele não será remontado dentro do gabinete. A população, querendo ou não, terá de ser consultada. É fundamental que haja o fim do golpe, o que significa ganhar no Senado. Eu não acho possível refazer o pacto com Temer presidente. Em qualquer hipótese, a consulta popular é o único meio de lavar e enxaguar essa lambança que está sendo o governo Temer — disse Dilma na entrevista ao jornalista Luis Nassif, que não em nenhum momento contestou a petista. Dilma afirmou que, se sobreviver ao impeachment, continuará com minoria na Câmara e no Senado e com o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), “dando as cartas como dá”. — Só tem um jeito, diante da contradição: recorrer à população. O plebiscito é uma coisa muito discutida. Em clima de conversa entre amigos, a presidente voltou a dizer que o governo interino de Temer “é a síntese do que pensa Eduardo Cunha”. A exibição da entrevista havia sido suspensa por conta da disputa de comando na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), estatal responsável pela TV Brasil. Temer chegou a demitir o jornalista Ricardo Melo da presidência da EBC e a nomear o jornalista Laerte Rimoli. Melo foi nomeado por Dilma pouco antes da aprovação do impeachment.Uma liminar do ministro Dias Toffoli, do Supremo, reconduziu Melo ao cargo. Melo disse que, além de Dilma, Temer foi convidado a dar entrevista, bem como o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente do STF, Ricardo Lewandowski. Uma mensagem sobre esses convites foi exibida na TV ao fim da entrevista.

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