Confusão com atletas americanos lembra filme ‘Se beber não case'

Quatro amigos viajam juntos e, numa noite de diversão e bebedeira, saem pela cidade fazendo uma verdadeira algazarra. No dia seguinte, dizem não se lembrar direito do que aconteceu e saem inventando desculpas para acobertar seus erros. Esse poderia ser um resumo do roteiro do sucesso cinematográfico “Se beber não case”, mas também se encaixa perfeitamente à passagem tumultuada dos nadadores americanos Ryan Lochte, James Felgen, Gunnar Bentz e Jack Conger pelo Rio, durante a Olimpíada. Nesta quinta-feira (18), logo depois de a polícia ter desvendado a história em torno do suposto assalto sofrido pelos estrangeiros, o título do filme começou a aparecer com frequência no Twitter, sendo relacionado à história da vida real. Confira. No filme estrelado por Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis e Justin Bartha, Doug (Bartha) vai se casar e seus amigos Phil (Cooper) e Stu (Helms), acompanhados do cunhado Alan (Galifianakis), o levam para Las Vegas e se hospedam num hotel tradicionalíssimo. Com o objetivo claro de se divertir, eles usam entorpecentes, saem por aí fazendo arruaça e acordam no dia seguinte sem a menor ideia do que aconteceu. Para piorar, o noivo está desaparecido. Enquanto mentem para a noiva de Doug sobre o seu sumiço para ganhar tempo, um festival de loucuras se desenrola: dentre elas, um tigre aparece, do nada, no banheiro; e uma galinha, no quarto. Stu, o dentista, está sem um dente. A trama ainda conta com um japonês mafioso e a participação de um atleta de verdade, renomado, olhem só: Mike Tyson aparece no longa. Enquanto você assiste, fica se perguntando: no que isso vai dar?

Foto: Reprodução

No mundo do cinema, deu em sucesso e, consequentemente, numa trilogia para o filme. Na vida real, a confusão do quarteto americano rendeu muito tititi, dentro e fora do Brasil. Nesta quinta-feira (18), a divulgação do vídeo de circuito interno de um posto de gasolina na Barra desvendou toda a história. Entre os quatro atletas, não há um noivo que se perdeu dos amigos e da futura mulher, como no filme, mas um medalhista olímpico que se perdeu nas explicações à polícia, cuja namorada — a modelo Kayla Rae Reid — também estava no Rio e não foi convidada para participar da farra. Tudo leva a crer que Lochte mentiu quando afirmou ter sofrido um assalto à mão armada, junto com seus migos, no trajeto entre um evento na Casa da França, na Lagoa, na madrugada do último domingo (14), e a Vila Olímpica, na Barra da Tijuca. Sua intenção seria acobertar a sequência de confusões que eles aprontaram. Em entrevista ao RJTV, Fernando Veloso, Chefe de Polícia Civil, afirmou que os atletas devem desculpas aos cariocas: “A única verdade que eles contaram é que eles estavam bêbados”, disse Veloso.Em depoimento à polícia, segundo o G1, os seguranças do posto de gasolina contaram que um taxista parou no posto com quatro homens no carro. Ele reconheceu o nadador Ryan Lochte como um dos atletas que estavam no veículo. A testemunha ainda relatou que foi chamada pelo gerente para conter uma confusão nos fundos do posto de gasolina. E quando chegou ao banheiro encontrou a saboneteira, a papeleira, a placa informativa e a porta danificadas.Em seguida, os nadadores se dirigiram ao táxi, mas o taxista obedeceu a ordem do segurança para aguardar a chegada da polícia. Com a demora dos policiais, os nadadores ficaram agressivos e um segurança teria apontado a arma para impedir que eles deixassem o local. Teria sido feito, então, um acordo para que os nadadores pagassem pelo prejuízo. Na ocasião, uma pessoa teria chegado ao posto e ajudado a comunicação entre os seguranças e os nadadores, em inglês. Os americanos teriam oferecido 20 dólares e 100 reais para pagar os danos do banheiro e foram embora. Até 7h, a PM não havia chegado ao posto.