O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, poderá ser investigado pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República, informou nesta terça-feira (24) o presidente da comissão e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Sepúlveda Pertence. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, Padilha teve o nome citado em uma conversa telefônica em que teria autorizado o grupo do empresário suspeito de comandar esquema de jogos ilegais, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a dar sequência a um negócio na área da saúde. Pertence afirmou que não haverá pressa na análise da denúncia e que todos os ministros de Estado estão suscetíveis a investigações da comissão. “Nós nos reunimos e analisamos o que chamamos de conjuntura. É um resumo de tudo que vocês [da imprensa] falaram, julgaram e de todos que vocês condenaram”, disse Pertence. “Parece que [o caso de Padilha] não é questão de homicídio, que tenhamos que tomar uma decisão hoje. É mais uma acusação de possível corrupção. Então, há muito tempo. É passível de abertura de investigação. Todo mundo pode ser investigado”, informou o presidente. Sepúlveda Pertence ainda classificou abusiva a quantidade de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça no Brasil. Convidado pela Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para falar sobre as atribuições e o funcionamento da Comissão de Ética, Pertence criticou a atual estrutura da comissão. Segundo ele, o órgão é “um ente de pobreza franciscana”, com orçamento de R$ 600 mil. Sobre os processos que estão em andamento na comissão, o presidente da comissão informou que a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, já ofereceu esclarecimentos sobre as denúncias de irregularidade no Ministério da Pesca. Sobre o caso do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, Pertence disse que a comissão pediu informações adicionais, mas que ainda não teve resposta.
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