A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado divulgou nesta quinta-feira (13) uma nota de solidariedade à família do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade que morreu esta semana depois de ser atingido por um rojão durante a cobertura de um protesto no último dia 6, no centro da cidade do Rio de Janeiro. “Queremos externar publicamente nossa profunda e total solidariedade à família do cinegrafista Santiago Andrade, que será enterrado hoje, cidadão reconhecido pelo seu profissionalismo, vítima de um ato descabido de violência em uma manifestação popular por direitos da cidadania”, diz um trecho do documento. Saiba Mais A nota, assinada pela presidenta da Comissão, senadora Ana Rita (PT-ES), ressalta que as manifestações populares são legítimas e próprias da democracia. O documento destaca que a CDH está atenta à repressão contra os manifestantes e que vê com preocupação “atos isolados de atentados contra pessoas e de depredação do patrimônio público, que só incitam a violência e não contribuem para o processo democrático e uma sociedade de paz e socialmente justa”. Ainda na avaliação da Comissão de Direitos Humanos, as manifestações demonstram que a insatisfação com o transporte público não se limita ao preço da tarifa. “Embora sejam inegáveis os inúmeros avanços ocorridos nos últimos dez anos, ainda é desigual em nosso país o acesso à habitação, à saúde, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, à comunicação e ao transporte público de qualidade. A isto se agrega a violência, que atinge especialmente os jovens negros das periferias e os setores populares”. No documento, a Comissão faz um apelo para que os governos busquem o caminho da mediação, com diálogo e negociação com os manifestantes e também pede a apuração rigorosa dos excessos cometidos por vândalos, criminosos e pelas forças policiais. A CDH também presta solidariedade ao deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). “Repudiamos as reiteradas tentativas de atribuir responsabilidade ao parlamentar quando a polícia já havia identificado e prendido o autor confesso do disparo do rojão”. No dia da manifestação que vitimou o cinegrafista, uma ativista teria dito que o suspeito de acender o artefato seria ligado ao parlamentar.
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