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BRASIL

Centrais sindicais fazem protestos contra MPs

Os textos mudam as regras para que os trabalhadores tenham acesso a benefícios como abono salarial, seguro-desemprego, auxílio doença e pensão por morte

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02/03/2015 às 22:47 • Atualizada em 01/09/2022 às 23:19 - há XX semanas
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Nesta segunda-feira (2), centrais sindicais fizeram protestos em 13 capitais contra as mudanças que entraram em vigor hoje estabelecidas pelas Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665. Os textos mudam as regras para que os trabalhadores tenham acesso a benefícios como abono salarial, seguro-desemprego, auxílio doença e pensão por morte.
Em São Paulo, a manifestação ocorreu no centro da cidade em frente à sede da Superintendência Regional do Trabalho. Na parte da manhã os manifestantes ocuparam duas pistas entre a Rua Álvaro de Carvalho e a esquina da Rua Major Quedinho. Com bandeiras, balões e discursos, os sindicalistas demonstraram o descontentamento dos trabalhadores com as medidas. Uma das reivindicações é com relação aos prejuízos para quem trabalha em setores com alta rotatividade, como o comércio e a construção civil. Para o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, muitos dos trabalhadores podem não conseguir atingir o tempo mínimo para ter direito a benefícios como o seguro-desemprego, pois a carência será ampliada.
“O dinheiro obtido com o seguro-desemprego e o abono salarial vai para a compra da comida, do arroz, do feijão [e outras necessidades básicas] e não para a compra de ações ou títulos do mercado financeiro”, disse Nobre. Segundo ele, esta semana representantes da CUT e de outras centrais pretendem dialogar com parlamentares para que as MPs sejam derrubadas no Congresso Nacional. Os sindicalistas foram às ruas também no Pará. “Queremos garantir a democracia e [lutar] contra rebaixamento de direitos”, disse o presidente da CUT no estado, Martinho Souza, durante as manifestações em Belém. O ato também aconteceu em frente à Superintendência Regional do Trabalho. Além de manifestar contra as medidas, os trabalhadores pediram também por melhorias nas condições das delegacias do Trabalho.
Em Rio Branco, a manifestação marcada para hoje foi prejudicada pela enchente do Rio Acre. O volume das águas bateram o recorde histórico de 1997 e a prefeitura da capital chegou a decretar estado de calamidade. Ainda assim, pela manhã alguns manifestantes se reuniram na Delegacia Regional do Trabalho. Na capital alagoana o protesto durou três horas e cerca de 150 representantes da Força Sindical entraram no setor de Agendamento do Seguro-Desemprego. “A concentração foi pacífica, inclusive com orientações aos trabalhadores que davam entrada no pedido de seguro-desemprego. Fomos aplaudidos pelos trabalhadores e tivemos apoio de todos. A maioria não entende o que o governo está fazendo”, disse o presidente da Força Sindical de Alagoas, Albegemar Cassimiro Costa.
Em Salvador, segundo a presidente da Força Sindical da Bahia, Nair Goulart, a manifestação durou uma hora e meia e teve a participação de diferentes centrais sindicais. Os protestos também aconteceram na capital sergipana. “A população está revoltadíssima com as medidas. Para nosso espanto, 90% das pessoas sabiam das medidas e entendiam o impacto em suas vidas”, disse o presidente da Força Sindical de Sergipe, Wiliam Roberto Cardoso Arditt. Em Goiânia, os manifestante também pediram a revogação das MPs. Eles fizeram um café da manhã e distribuíram panfletos em frente à superintendência regional do Ministério do Trabalho e Emprego. Os esclarecimentos à população também foram o foco das manifestações ocorridas em Vitória, no Espírito Santo. Os sindicalistas distribuíram panfletos e ergueram faixas. “Precisamos esclarecer os trabalhadores sobre o que está ocorrendo, dos direitos que estamos perdendo”, declarou o presidente estadual da Força Sindical, Alexandre Costa. Na última quarta-feira (25), representantes das centrais e do governo fizeram a terceira reunião sobre as MPs na busca por uma solução. No caso do abono salarial e do seguro-desemprego, as medidas provisórias estendem a carência para que os trabalhadores tenham direito ao benefício. No caso de auxílio-doença, o prazo estabelecido para que as empresas assumam o pagamento do salário (antes do INSS), passa de 15 para 30 dias.

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