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Cardozo: rejeição da redução da maioridade penal foi uma vitória

Cardozo: rejeição da redução da maioridade penal foi vitória da sociedade

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01/07/2015 às 22:22 • Atualizada em 29/08/2022 às 15:24 - há XX semanas
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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, evitou falar em uma vitória do governo após a rejeição da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, que reduziria a maioridade penal de 18 para 16 anos de idade, nos casos crimes graves, considerados hediondos. Para ele, a rejeição foi uma vitória “da sociedade brasileira”. “Não é uma vitória do governo. O que eu posso dizer é que, se alguém for sair vitorioso será a sociedade brasileira e os governadores, que não terão que administrar o problema [do aumento de detentos nas cadeias]”. O tom de Cardozo é cauteloso, uma vez que a queda de braço sobre o tema ainda não terminou.
Ele citou a apresentação de uma emenda aglutinativa à PEC da Maioridade Penal por alguns partidos que defendem a redução. Para ele, o novo texto, que retira os crimes de tráfico de drogas e roubo qualificado, pode levar ainda mais jovens às cadeias. “Tive impressão de que o rol de crimes é mais amplo. Tirou o tráfico, mas deixa uma discussão se o tráfico entra ou não, porque ele é equiparado a crime hediondo”, disse o ministro. A nova proposta prevê redução da maioridade para crimes com violência, grave ameaça, crimes hediondos, homicídio doloso, lesão corporal grave ou lesão corporal seguida de morte. Para o ministro, se o texto rejeitado ontem (30) representaria um possível acréscimo de 40 mil detentos ao sistema prisional, o texto da emenda aglutinativa poderia levar 60 mil jovens para a cadeia.
Cardozo se dispôs a travar novos debates com os parlamentares para evitar a aprovação do novo texto. Segundo ele, os impactos negativos no sistema penitenciário brasileiro e na ressocialização do adolescente constam em dados “comprovados e indiscutíveis”. Por isso, ele se propõe a discutir, mostrando "números verdadeiros". Também por isso, disse Cardozo, governadores estão ligando para os deputados de seus estados, pedindo para votar contra a PEC. Além da emenda aglutinativa – apresentada hoje por PSC, PSD e DEM – o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o plenário deverá fazer nova votação para deliberar sobre a proposta original, que diminui a maioridade penal para todos os crimes. “Iremos deliberar, no colégio de líderes, a deliberação.”

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