Cães que foram entregues ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do Distrito Federal acabaram sendo usados como "cobaias" pela Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival). Segundo informações do G1 DF, com o intuito de treinar funcionários para coletar sangue e vacinar animais, os animais tiveram seus focinhos amarrados e foram posicionados em uma maca.Sem formação veterinária, funcionários receberam o curso para atuar durante campanha contra a leishmaniose que foi realizada neste sábado (22). De acordo com uma servidora que participou do treinamento e não quis se identificar, os animais submetidos ao procedimento seriam sacrificados posteriormente e "tremiam e urinavam de medo e dor".
A Secretaria de Saúde confirmou que comissionados foram treinados para aplicar vacinas e afirmou que os cães que não apresentaram doenças foram colocados para adoção. A secretaria também informou que as coletas de sangue serão feitas por médicos veterinários."Quem vai tabalhar na campanha não são burocratas, são agentes de vigilância ambiental. De acordo com a lei que rege a carreira deles, eles têm essa atribuição de trabalhar na parte de zoonoses", disse a diretora da Vigilância Ambiental, Vaneide Pedi.
Segundo ela, os servidores já haviam sido capacitados para coletar sangue e vacinar animais e passavam apenas por um curso de reciclagem.No entanto, de acordo com informações da servidora, alguns funcionários chegaram a passar mal e choraram com o tratamento dado aos bichos. "Esses animais foram retirados da jaula, onde ficam confinados, após serem retirados de suas famílias, e ainda horas antes de ir a eutanásia, foram submetidos à coleta de seu sangue por pessoas que não são médicos veterinários e estavam testando seu aprendizado nesses animais", afirma a funcionária ao G1 DF.
"Os animais estavam coagidos pelo volume de pessoas na sala, além de estarem cercados de pilhas de tonéis onde são alocados outros animais mortos. Os cães tremiam e urinavam de medo e dor, foram amarrados pelos focinhos, segurados por um enforcador e tiveram sucessivas coletas de sangue por diferentes pessoas, mesmo que sob protesto dos servidores", diz.Vaneide alega que não houve maus-tratos. "A questão de estar com focinheira é procedimento padrão, para ser usado para segurança de quem vai lidar com o animal. Ou está com focinheira ou está com a corda no focinho", explica. "É só uma coleta por animal. Nenhum animal foi desrespeitado nesse sentido. Era um animal por coleta. Nenhum animal foi furado várias vezes para fazer coleta. A gente tem critério", defende ela.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade