As primeiras imagens do rompimento da barragem da Mina Córrego de Feijão, em Brumadinho (MG), na tarde desta sexta-feira revelaram um mar de lama que arrasou grandes porções de terras. A língua portuguesa não tem palavra que defina com exatidão o que é a lama de rejeito de mineração. O rejeito é constituído basicamente de restos de minério de ferro, aminas (compostos orgânicos derivados da amônia e usados na separação do minério) e sílica. Quando uma barragem se rompe, uma onda se forma e se torna uma máquina de moer morros, prédios, trens e árvores. Pessoas e animais são triturados pelo rejeito.
O material, como a cidade de Mariana testemunha, é instável e se comporta tanto como sólido quanto como líquido. Quando molhado, aprisiona pessoas e animais, que quanto mais tentam se livrar, mais afundam. Seco na superfície, se torna uma armadilha.
Nas semanas seguintes ao rompimento da barragem de Fundão, Bento Rodrigues se tornou um colossal campo de terreno movediço, com consistência de gelatina, que se rompia em fração de segundos e engolia o que estivesse em cima. Por isso, o resgate pode ser difícil e perigoso.
O volume de rejeito desta vez, segundo relatos iniciais, é bem menor. Cerca de três milhões de metros cúbicos - em Mariana, vazaram 45 milhões de m³ que permanecem, na quase totalidade, onde foram deixados pela onda do desastre. Esse tipo de material é extremamente difícil de ser removido e continuará a contaminar os rios por décadas.
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Redação iBahia
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