O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que espera que os brasileiros que estão na China e querem deixar o país por causa da epidemia do novo coronavírus deverão ser trazidos de volta até sexta-feira.
Onyx disse, em entrevista à Rádio Gaúcha, que a previsão é que a aeronave que irá trazê-los saia do Brasil nesta segunda ou na terça-feira.
— A tendência é no máximo amanhã essa aeronave sair do Brasil para buscá-los e deve estar de volta até quinta-feira, ou no máximo sexta pela manhã — disse o ministro.
O governo realiza na manhã desta segunda uma reunião para definir detalhes da retirada do brasileiros. Participam, além de Onyx, os ministros Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Fernando Azevedo e Silva (Defesa) e Tereza Cristina (Agricultura), além de representantes de outras pastas.
Uma das definições é sobre se a aeronave utilizada será da Força Aérea Brasileira (FAB) ou alugada. Já foi acertado que escalas serão feitas em Israel na ida e na volta, para abastecimento.a
Enquanto isso, o governo prepara uma medida provisória (MP) estabelecendo parâmetros para uma quarentena, a que serão submetidos os brasileiros que venham da China.
A ideia é que o presidente Jair Bolsonaro assine a MP no final do dia, após retornar de viagem a São Paulo, a expectativa do governo é que o texto seja votado até quarta-feira no Senado.
Onyx relatou ter conversado com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre o assunto.
— Agora pela manhã, entrou em nosso sistema uma proposta de medida provisória do Ministério da Saúde. Conversei com o ministro Mandetta no fim de semana. Nós vamos acelerar a apreciação de diversas estruturas do governo, para à tarde ela já estar pronta — disse Onyx.
O ministro da Casa Civil prosseguiu:
— No retorno do presidente, a gente colhe a assinatura dele, dá entrada ainda hoje no Congresso Nacional. Amanhã deve ser votada na Câmara, em regime de urgência, e quarta-feira, no Senado. De tal forma que, entre a ida da equipe para buscar e a chegada das pessoas no país, o Brasil já tenha uma legislação específica de quarentena sanitária.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Jorge Oliveira, disse que as ações para o retorno dos brasileiros serão decididas até o fim desta segunda-feira. Ele e o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, falaram rapidamente sobre o assunto após participar da sessão de abertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020.
— Estamos agora justamente com as equipes desde o final de semana, vendo as melhores ações a serem adotadas. Até o final do dia, vamos decidir — disse Oliveira.
— Estamos estudando o assunto ainda.
Anápolis pode ser base para quarentena
Outra definição é sobre onde ficarão os brasileiros durante a quarentena. O Ministério da Defesa está analisando bases militares que possam receber os brasileiros e apresentará uma lista de opções ao Ministério da Saúde, que tomará a decisão final.
Uma das alternativas é Anápolis (GO), por causa da experiência com o acidente do césio 137, na década de 1980.
— Há uma sinalização muito forte para Anápolis porque, no período do césio, lá trás, foi uma área militar que trabalhou com essa coisa do isolamento, que é algo importante para não permitir eventualmente um escape de vírus. Eles já têm uma bagagem nessa área. Mas não tem nada definido — disse Onyx.
O ministro também afirmou que Florianópolis ou alguma cidade do Nordeste poderiam receber os repatriados:
— Uma das hipóteses é em Florianópolis, que tem uma base que teria condição de fazer isolamento. Tem alternativa no Nordeste também. Mas isso ainda está sob análise do Ministério da Defesa, que vai apresentar o que eles consideram as melhores opções, e a definição final do Ministério da Saúde, porque aí tem as questões técnicas na área da Saúde que tem que ser observadas, de acesso de pessoal, proteção do pessoal que vai cuidar das pessoas que vão vir lá de fora. São dois movimentos importantes, trazer os brasileiros de volta, mas não colocar sob risco a população brasileira que está aqui.
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Redação iBahia
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