Bovespa passa a subir e dólar avança a R$ 3,66

Enquanto o dólar segue em alta contra o real acompanhando o desempenho externo da moeda, o mercado de ações brasileiro se descolou das Bolsas globais e agora sobe. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que chegou a cair mais de 1% pela manhã, avança 1,35%, aos 49.550 pontos. Segundo analistas, as ações sobem reagindo ao noticiário político mais favorável ao impeachment. Impulsionam o pregão os papéis de Petrobras e Vale.O dólar comercial, por sua vez, avança 1,32%, cotado a R$ 3,663 para compra e a R$ 3,664 para venda, com os investidores mais cautelosos com relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff e preocupação global com o crescimento, após divulgação de dados decepcionantes sobre a economia alemã. Na máxima, a divisa atingiu R$ 3,683. O dólar sobe hoje 0,41% contra uma cesta de dez moedas, segundo o índice Dollar Spot. O movimento é mais intenso contra divisas de países emergentes: o dólar avança contra 19 de um grupo de 24.

(Foto:Divulgação)

Com temor de que a oposição não consiga votos suficientes para o impedimento da presidente ou que o julgamento do processo leve mais tempo que o esperado, a Bovespa já havia caído 3,52% ontem, aos 48.779 pontos. Já o dólar comercial avançou 1,51%, a R$ 3,615. "A Bovespa abriu acompanhando o mercado lá fora, dominado hoje pelo mau humor. Mas à medida que o pregão foi passando, voltou a ganhar força a expectativa mais favorável ao impeachment", comentou Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. — Isso foi desencadeado pela saída do vice Michel Temer da presidência do PMDB, o que reforça a estratégia do partido para conseguir votos para o impeachment.O vice-presidente Michel Temer vai se licenciar da presidência do PMDB e dará lugar ao senador Romero Jucá (PMDB-RR), vice-presidente do partido, que assumirá o comando por tempo indeterminado. A decisão foi tomada pelos peemedebistas após a escalada de ataques contra Temer desferidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o afastamento do vice, a cúpula partidária busca resguardá-lo, já que o PMDB avalia que é necessário subir o tom no contra-ataque ao ex-presidente.