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'Impotência'

Baiana é reprimida por professor após levar filha bebê para aula

Jovem de 28 anos estuda em universidade de Sergipe

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Redação iBahia

23/08/2023 às 17:43 - há XX semanas
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					Baiana é reprimida por professor após levar filha bebê para aula
Foto: Ascom Unit

Uma estudante de medicina, nascida em Salvador, foi repreendida pelo professor ao levar a filha de 4 meses junto com ela para a aula. O caso aconteceu na Universidade Tiradentes (UNIT), em Aracaju, capital sergipana, para onde se mudou há um ano e meio, após o marido ser transferido no trabalho.

De acordo com o g1, a jovem de 28 anos, que não quis ser identificada, contou que o professor disse na frente de todos os colegas, que as normas da universidade não permitiam que ela participasse da dinâmica acadêmica.

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Atualmente no 8° semestre do curso, a estudante revelou que o professor afirmou em sala que a criança não poderia ficar no local com a mãe, porque "não pagava mensalidade" como os estudantes.

“A sensação que tive foi de impotência, sentei e continuei assistindo à aula, mas não aguentei e saí com minha filha para chorar”, contou ao g1.

A situação aconteceu na manhã da última quarta-feira (17), quando ela tinha tutoria às 7h30. Como não tinha uma pessoa para cuidar da filha até às 10h, horário em que a babá tomaria conta da bebê, ela levou a criança junto para a instituição.

Ainda segundo a estudante, dois colegas a ajudaram fora da sala. Ela procurou a coordenação do curso e relatou o que aconteceu na sala de aula.

“A funcionária me chamou para dentro da sala, ofereceu água e deixou amamentar minha filha. Depois disse que, realmente, as normas não permitem que crianças fiquem na sala de aula”, disse.

Segundo a estudante, a funcionária falou que conversaria com a coordenadora em busca de uma resolução do problema.

Em seguida, ela voltou para a tutoria com o bebê e assistiu ao restante da dinâmica. No final da aula, ela disse que falou ao professor e os colegas que estavam presentes que ficou chateada com a repreensão.

“Falei que saí da sala de aula porque precisava chorar e que tinha ficado chateada com a forma que ele falou sobre minha filha não pagar mensalidade. Expliquei que eu pagava a mensalidade muito alta e não podia faltar porque não tinha com quem deixar minha filha”.

A estudante disse que o professor se desculpou pela frase dita, a qual chamou de “piada”.

“Ele disse que foi uma maneira de descontrair, que foi uma piada, mas ninguém riu na hora”, relatou.

Ela também afirmou que o professor teria dito que a filha dela "poderia ser uma capeta" e chorar na sala de aula.

“Assim como sua filha é uma santa e não chora, poderia ser uma capeta”, teria dito o professor.

“Se ela começasse a chorar na sala de aula, eu seria a primeira a levantar e sair. Não permitiria que meus colegas fossem prejudicados”, se defendeu a estudante.

No mesmo dia, só que no turno da noite, a estudante precisou levar a filha para uma outra aula. No entanto, dessa vez ela não foi repreendida.

“O professor foi maravilhoso, ainda brincou dizendo que nem parecia que tinha uma bebê na sala”.

A estudante diz que comunicou, através de e-mail, a coordenação do curso para saber se ela pode levar a bebê para a aula, caso precise, em caráter de urgência. A universidade teria respondido que tentaria um parecer sobre a situação e enviaria uma resposta, o que não foi feito até a manhã desta quarta-feira (23).

O que diz a instituição

Em nota para o g1, a Unit informou que não há restrição à amamentação por parte de mães lactantes nas instalações da universidade e que o alimento "é um direito fundamental integralmente protegido".

"Por [a sala de aula] ser um espaço de aprendizado e formação acadêmica, deve ser considerado ainda as complexas dinâmicas educacionais e interações sociais próprias do ambiente acadêmico. Discussões sensíveis ou controversas, frequentes em contextos universitários, por vezes podem não ser adequadas para crianças e podem impactar a experiência de aprendizado dos estudantes", diz parte da nota.

A universidade informou que promove um ambiente de respeito à diversidade e repudia qualquer forma de discriminação.

Com a repercussão, a estudante diz que recebeu um e-mail da instituição, em que a UNIT diz que o caso será apurado.

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