No meio de uma aula online de um colégio particular do Rio de Janeiro, surge um usuário desconhecido usando um codinome pornográfico. Professora e alunos se surpreendem com a situação, e, pouco depois, o “invasor” simplesmente desaparece. A situação aconteceu na última semana, numa turma de crianças na faixa etária dos 11 anos. Casos parecidos têm acontecido em outras escolas do país, que estão adotando as aulas virtuais em tempos de isolamento social contra o novo coronavírus.
— É preciso configurar a ferramenta de modo que ela seja acessível somente para os alunos matriculados na turma que participará da atividade. O risco existe quando a escola ou o professor criam uma sala de aula virtual aberta, geram um link público de acesso e compartilham esse link com os estudantes por WhatsApp ou e-mail. Perde-se o controle sobre quem pode entrar — explica o presidente da Safernet Brasil, Thiago Tavares.
Um dos primeiros passos que uma instituição de ensino deve dar é fazer com que todos os professores utilizem a mesma ferramenta. A escola decide qual plataforma usará, e ela passa a ser adotada para todas as disciplinas, em todas as séries, aconselha Carlos Affonso Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS):
— Os docentes devem saber exatamente como a plataforma funciona. É preciso determinar também que as salas tenham senha de acesso ou outro critério de segurança, como aprovação por parte do moderador para entrar naquele ambiente.
O diretor do ITS chama atenção para a importância de um código de conduta para os participantes dessas aulas:
— Nas aulas presenciais, todos temos ideia do que é um comportamento adequado e do que não é. Nas salas de aula virtuais, precisamos reinventar os nosso comportamentos. Como cada aluno deve fazer sua pergunta? Como se divide o tempo da aula? O que o aluno pode exibir se a sua câmera estiver aberta para os outros participantes? Isso também precisa ser pensado pelas escolas e pelos professores e conversado com os estudantes.
Gerar endereços com URLs longas para reuniões e encontros é uma medida de segurança lembrada por André Micelli, coordenador do MBA de marketing digital da Fundação Getúlio Vargas (FGV):
— Quando o endereço das reuniões é gerado, há duas opções: URL curta ou longa. A curta tem a vantagem de ser mais facilmente lembrada pelos participantes. Mas ela também é mais fácil de ser encontrada por alguém que quer invadi-la.
Micelli explica que pessoas que invadem reuniões ou aulas online normalmente só conseguem acesso à própria reunião. Mas esse hacker pode invadir os computadores pessoais dos participantes compartilhando um link malicioso, por exemplo.
MEC é acusado por estados a não dar apoio à garantia do aprendizado durante a pandemia
Secretários estaduais de educação de todo o país divulgaram, nesta segunda-feira, uma nota afirmando que o Ministério da Educação (MEC) não tem apoiado os estados para garantir a aprendizagem dos estudantes durante a pandemia.
O comunicado emitido pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed) é uma resposta a declarações do ministro da Educação, Abraham Weintraub, no Twitter. No último domingo, no Twitter, ao defender a manutenção das datas do Enem, ele disse que “o ano não está perdido” e que os governadores “devem tirar as nádegas da cadeira e rebolar” para resolver o problema dos estudantes.
“Considerando as orientações de especialistas e autoridades em saúde, e em defesa da vida e da saúde de todos, inclusive dos estudantes e profissionais de educação, o CONSED defende as ações de isolamento social e trabalha para encontrar soluções que permitam a aprendizagem dos alunos, com ações como oferecimento de ensino remoto e um planejamento do retorno às aulas presenciais que possa mitigar as perdas e para garantir a aprendizagem de nossos estudantes. Para isso, os estados não têm recebido o apoio do MEC”, diz a nota.
Veja também:
Leia também:
Redação iBahia
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!