A Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na Grande Natal, chegou ao seu sétimo dia de rebelião ontem. A sexta-feira, que começou com relativa tranquilidade, foi marcada pelo retorno dos presidiários ao telhado dos pavilhões após a saída da maior parte dos policiais de batalhões de operações especiais.
A PM entrou no presídio anteontem à noite após mais um confronto entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e Sindicato do Crime do RN. Com o término da operação, os pavilhões da unidade prisional voltaram a ser controlados pelos detentos. Muitos foram vistos circulando livremente com armas e falando em celulares no telhado. Do lado de fora, policiais militares da Força Nacional apenas observavam.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os bloqueadores de celular instalados em Alcaçuz foram desligados para não atrapalhar o trabalho da polícia, que reforça o patrulhamento na área externa. Mais cedo, os detentos juraram o governador de morte: “Ele vai chorar e muito antes de morrer”, informou a polícia, que interceptou a conversa de um preso.
Hoje completa uma semana da chacina que deixou 26 mortos em Alcaçuz. A PM afirma que outros detentos também foram assassinados no confronto ocorrido anteontem, mas não confirma quantos.
Resgate improvisado
Na tarde de ontem, o Corpo de Bombeiros precisou fazer uma operação de resgate por cima do muro da Penitenciária de Alcaçuz. Como o único portão que faz a comunicação entre a área interna e externa da prisão está fechado, os bombeiros içaram uma maca por cima do muro e a baixaram do lado de dentro de Alcaçuz para retirar três presos feridos. Um deles foi baleado durante o confronto de facções.
Ontem, cinco presos do PCC se negaram a sair da penitenciária para progressão do regime fechado para o semiaberto. Outros 11 detentos foram levados de Alcaçuz para o Complexo Penal João Chaves, onde deverão cumprir o semiaberto (passam o dia fora da unidade e só voltam para dormir). Um outro preso saiu pela porta da frente de Alcaçuz em cumprimento a um alvará de soltura.
Forças armadas
Ontem, as tropas que vão reforçar a segurança nas ruas de Natal e Região Metropolitana começaram a chegar ao estado. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, viajou até Natal para acompanhar a Operação Potiguar II e disse que o governo federal não vai “admitir descontrole”. “Não vamos admitir que venha a imperar o medo e a desordem como da vez anterior. Essa é a determinação do presidente Temer”, afirmou.
A ação das Forças Armadas no Rio Grande do Norte foi autorizada pelo governo federal conforme decreto do presidente Michel Temer publicado em edição extra do Diário Oficial da União. Um total de 650 homens ocupou as ruas no primeiro dia, realizando o policiamento ostensivo. Hoje, 1,4 mil estarão na Região Metropolitana e amanhã 1.846 integrarão a operação que tem militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. A Operação Potiguar II será realizada até o dia 30 de janeiro.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
Redação iBahia
AUTOR
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade