A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou na noite desta sexta-feira todas as cervejas produzidas pela Backer com data de validade igual ou posterior a agosto de 2020.
A decisão da Agência veio após nova divulgação de análises feitas pelo Ministério da Agricultura, que comprovou a contaminação pelas substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol em 21 lotes de oito marcas diferentes da cervejaria. A informação foi adiantada pelo colunista Lauro Jardim.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já havia interditado a fábrica e determinado que todas as cervejas e chopes da Backer produzidas entre outubro de 2019 e a última segunda-feira, 13 de janeiro, fossem recolhidas.
A diferença é que a ordem do Mapa não afeta o comércio e a da Anvisa, sim. A partir de agora, nenhuma loja, mercado ou bar pode vender as cervejas da Backer. Além disso, a nova decisão dá suporte legal para as vigilâncias sanitárias de cada município poderem atuar para orientar e fiscalizar a proibição desses produtos.
"Os resultados das análises apontam que a fonte de contaminação nas cervejas da marca pode ser sistêmica e não apenas pontual, ou seja, pode não estar restrita aos lotes específicos que já foram analisados. Por essa razão a Anvisa decidiu pela medida cautelar para os lotes fabricados no mesmo período de tempo daqueles que já tiveram sua contaminação comprovada por laudos", disse a agência em nota. "A medida é preventiva e vale para todo o Brasil. O objetivo é interromper o risco aos consumidores da marca. A interdição será mantida até que a empresa comprove a ausência de dietilenoglicol e monoetilenoglicol nas suas cervejas."
A ação da agência, no entanto, não determina o que comerciantes devem fazer com as cervejas interditadas, nem se os produtos devem ser encaminhados de volta à fábrica. A única diretriz é que os itens não sejam vendidos ao público.
A Backer informa que segue colaborando com as autoridades e vai respeitar a determinação da Anvisa.
Empresa fechada
A vigilância sanitária de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fechou na tarde desta sexta-feira a empresa Imperquímica, fornecedora de monoetilenoglicol da cervejaria Backer. A substância é usada como anticongelante em serpentinas durante a produção das bebidas. Ela foi encontrada, assim como o dietilenoglicol, em oito cervejas da empresa.
De acordo com o órgão, ela vendia o monoetilenoglicol fracionado (em pequenas quantidades) e não tinha alvará para isso.
O advogado Mário Savieri, da Imperquímica, disse que na segunda ou terça devem reabrir porque pretendem regularizar esta situação. De acordo com ele, a Backer era a única cliente que comprava monoetilenoglicol.
Na última quinta-feira, a Polícia Civil de Minas Gerais recolheu amostras de produtos e documentos da empresa. Ninguém do estabelecimento foi encontrado para falar sobre o assunto.
Também na quinta-feira foram confirmadas outras duas mortes em decorrência do consumo da cerveja contaminada. Ao todo, são quatro mortes e 15 pessoas internadas.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
Redação iBahia
AUTOR
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade