A notícia de que Andreas Albert von Richtofen foi detido e internado após um surto que indicava uso de drogas, em São Paulo, surpreendeu o professor e os colegas que trabalharam com ele no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP). Formado em Farmácia e Bioquímica, o irmão mais novo de Suzane von Richtofen, condenada pelo assassinato de seus próprios pais em 2002, concluiu seu doutorado no instituto em 2015. Segundo o professor Claudio Di Vitta, orientador de Andreas na tese, ele era um aluno brilhante.
— O Andreas foi uma pessoa exemplar dentro do departamento. Jamais conheci alguém com o desempenho dele. Não sei em que circunstâncias ele foi achado nessa situação, não tenho nenhuma informação sobre isso e não poderia relacionar com nenhuma atitude dele — disse o químico Di Vitta.
Hoje com 29 anos, Andreas foi internado no Hospital Campo Limpo, em São Paulo, após ser detido por policiais militares quando tentava pular o muro de uma residência na Rua Engenheiro Alonso de Azevedo, no bairro Chácara Monte Alegre. Segundo a PM, seu comportamento indicava uso de drogas. Seu orientador, que não manteve contato com ele após o fim do doutorado, disse que o irmão de Suzane jamais exibiu comportamento desse tipo.
— Ele foi excepcional, talvez um dos melhores alunos que tenham passado por aqui — elogiou o professor.
Andreas fez doutorado na área de química sintética orgânica, voltado para compostos novos ainda pouco analisados. Ele sintetizava essas substâncias e estudava suas propriedades. Segundo Rebeca Garcia Morafazia, aluna da USP que conviveu com Andreas no laboratório de química, ele era muito comunicativo e prestativo.
— No dia a dia ele sempre tirava nossas dúvidas e ajudava a gente em tudo que precisávamos no laboratório quando o orientador não estava. A gente não tinha contato pessoal, era mais de conversar na área acadêmica. Ele tinha muito conhecimento, sabia muito de química orgânica — contou.
Até pouco tempo atrás, Andreas vinha cumprindo com seus deveres como cidadão. Em consulta à base de dados da Receita Federal, consta que foi entregue a sua declaração de imposto de renda do ano de 2015, porém não a de 2016. O rapaz também se preocupou em votar nas últimas eleições, em 2016, e está com seu registro regularizado, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Andreas foi atendido pela pela psiquiatra de plantão do Hospital Campo Limpo. Ele tentou se jogar da maca quando soube que ficaria internado. Foi feito um cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) para o rapaz que completará 30 anos em julho. Andreas tinha apenas 15 anos quando os pais foram mortos pela irmã, em conluio com o namorado Daniel Cravinhos e o irmão dele.
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Redação iBahia
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