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BRASIL

Agente da JBS investigado não estava cedido ao governo

Para frigoríficos, onde os animais são abatidos, a fiscalização é permanente

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Redação iBahia

19/03/2017 às 18:15 • Atualizada em 31/08/2022 às 23:25 - há XX semanas
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Flavio Cassou, funcionário da JBS detido na Operação Carne Fraca, foi apresentado pela Polícia Federal como executivo do grupo. Mas Cassou trabalharia, segundo uma nota da empresa divulgada na sexta-feira, como “médico veterinário, funcionário da Companhia, cedido ao Ministério da Agricultura”. O ministro da Agricultura, em entrevista ao GLOBO no sábado, afirmou que “Não existe isso, toda a fiscalização é feita por técnicos públicos, não há possibilidade de termos pessoas privadas cedidos por empresas para fazer esse controle, sempre são servidores públicos”. A JBS, por sua vez, enviou nova nota no sábado, na qual afirma que o funcionário estaria “a serviço do governo”
“A legislação brasileira exige que todas as empresas que forneçam produtos de origem animal mantenham em suas plantas um fiscal sanitário para controlar a inspeção local. O artigo 102 do Riispoa (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal) prevê que a empresa faça essa contratação, mas que o funcionário fique a serviço do governo”, diz a nota.
O sistema de fiscalização sanitária brasileiro prevê que a verificação de qualidade das carnes é de responsabilidade da empresa. Ela realiza os testes e repassa os resultados aos servidores do Ministério da Agricultura, que são responsáveis por verificar a veracidade dos dados e se aquele produto, com aqueles índices, pode ir para as prateleiras dos supermercados.
Para frigoríficos, onde os animais são abatidos, a fiscalização é permanente. Uma equipe de servidores, coordenada por um auditor fiscal agropecuário, fica dentro da empresa e inspeciona tanto o animal vivo quanto pós-abate. Todas as partes são inspecionadas, por apalpação ou incisão em gânglios, por exemplo, à procura sobretudo de indícios de doenças.
No acompanhamento da produção pós-abate, o ministério realiza uma coleta de amostras para análise. É nesse ponto que há a verificação de conformidade de resíduos. A periodicidade dessa fiscalização varia: a empresa inspecionada é definida por sorteio.
Além das fiscalizações internas, todos os produtos exportados têm que passar por um atestado de qualidade fora do país. Ao decidir comprar carne brasileira, os próprios fiscais estrangeiros vêm ao Brasil auditar o trabalho realizado.
Em uma postagem feita por Cassou no dia 6 de janeiro de 2015, o veterinário compartilhou um artigo que exalta o trabalho do juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos de 1ª instância da Operação Lava-Jato. "Se o juiz Sérgio Moro (foto) desaparecesse hoje, boa parcela dos empresários que representam o PIB nacional se sentiria aliviada (...) E teríamos festa nos arraiais do PT e seus assemelhados", diz o primeiro parágrafo do texto.

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